
O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou neste sábado (4/10) a ampliação do estoque de antídotos usados no tratamento de intoxicações por metanol, registradas após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas em diversas regiões do país.
Segundo o Ministério da Saúde, 127 casos suspeitos ou confirmados foram notificados em 12 estados, sendo 116 suspeitas e 11 confirmações. Pelo menos cinco pessoas morreram em decorrência das complicações.
O tratamento é feito principalmente com etanol farmacêutico — disponível em maior quantidade no Brasil — e com o fomepizol, medicamento importado que bloqueia os efeitos tóxicos do metanol no organismo.
Padilha informou que o governo já possuía 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutica em estoque, distribuídas entre hospitais universitários federais, e que uma nova remessa de 12 mil ampolas será entregue na próxima semana.
“Esses estoques estratégicos permitem que qualquer hospital do SUS possa solicitar o medicamento de forma imediata”, destacou o ministro, durante entrevista em Teresina (PI), onde cumpria agenda voltada à expansão dos serviços digitais do SUS.
Além disso, o Ministério da Saúde fechou a compra de 2,5 mil ampolas de fomepizol de um fornecedor japonês, com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). O medicamento deve chegar ao Brasil na próxima semana e será distribuído aos Centros de Informação e Assistência Toxicológica dos estados.
“Teremos aqui no Brasil, além do etanol farmacêutico, o fomepizol garantindo o tratamento adequado”, afirmou Padilha.
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Recomendação: evitar bebidas destiladas com tampa de rosca
Padilha reforçou o alerta à população e pediu que evitem o consumo de bebidas destiladas, especialmente aquelas com tampa de rosca, que têm sido associadas aos casos de adulteração.
“Estamos falando de um produto de lazer, não de um item essencial. É um momento para ter prudência. As garrafas envolvidas até agora são de bebidas destiladas com rosca, alvo dessa prática criminosa”, alertou o ministro.
O titular da Saúde também orientou comerciantes e distribuidores a redobrarem a atenção quanto à origem e certificação dos produtos. Segundo ele, não há motivo para pânico, mas é essencial agir com cautela.
Notificações ajudam nas investigações
O ministro explicou ainda que o aumento nas notificações de intoxicação se deve à orientação do Ministério da Saúde para que os profissionais registrem imediatamente qualquer suspeita clínica.
“Quando o profissional notifica, o Centro de Referência em Toxicologia do estado é acionado e orienta o tratamento conforme o protocolo do Ministério”, explicou Padilha.
Essas notificações também auxiliam as forças de segurança — como a Polícia Civil e a Polícia Federal — a identificar a origem das bebidas adulteradas e os responsáveis pela distribuição.
“A partir dessas informações, é possível rastrear onde a bebida foi comprada e iniciar o trabalho investigativo”, concluiu o ministro.
*Com informações da Agência Brasil.