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Megaoperação no Rio paralisa cidade: comércios e bares fecham por segurança

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Megaoperação no Rio paralisa cidade: comércios e bares fecham por segurança
Foto: Jose Lucena/TheNewsS2/Estadão

A megaoperação deflagrada nesta terça-feira (28/10) contra o tráfico de drogas nos complexos do Alemão e da Penha, no Rio de Janeiro, provocou uma série de reflexos na rotina da capital. Diversas vias importantes foram interditadas, e o comércio de vários bairros fechou as portas por questões de segurança. A ação, que mobiliza 2,5 mil agentes das polícias Civil e Militar, paralisou trechos inteiros da cidade, gerando caos no trânsito e colapso no transporte público.

Interdições e engarrafamentos

Com barricadas montadas por criminosos e ações policiais em andamento, ruas e avenidas estratégicas foram bloqueadas, entre elas:

  • Rua do Riachuelo (Centro);

  • Avenida Martin Luther King;

  • Rua 24 de Maio;

  • Autoestrada Grajaú–Jacarepaguá;

  • Avenida Brasil (em diferentes trechos da Maré, Ramos e Barros Filho);

  • Linha Amarela (altura do pedágio);

  • Linha Vermelha (na Pavuna);

  • Avenida Airton Senna (Cidade de Deus);

  • Avenida Edgard Werneck;

  • Avenida Paulo de Frontin;

  • Avenida Engenheiro Souza Filho (entre Muzema e Rio das Pedras).

A Autoestrada Grajaú–Jacarepaguá foi totalmente interditada nos dois sentidos após sucessivas tentativas de reabertura seguidas de novos bloqueios por criminosos. Ônibus e uma carreta foram usados como barreiras em alguns pontos.

O Centro de Operações e Resiliência (COR) orientou motoristas a evitarem as regiões afetadas e utilizarem o Alto da Boa Vista como rota alternativa.


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Bairros inteiros com comércio fechado

Lojas e bares fecharam em áreas como Grajaú, Tijuca, Lins, Engenho Novo, São Cristóvão e Botafogo. No Maracanã, os tradicionais Bar da Gema, Bode Cheiroso e Cine Botequim 2 anunciaram que não funcionariam hoje. Na Lapa, os bares Suru Bafo e Beco do Rato também permaneceram fechados.

Em nota, o Cine Botequim 2 afirmou:

“Devido aos acontecimentos na cidade e pela segurança de funcionários e clientes, não funcionaremos hoje.”

Outros estabelecimentos citaram risco de tiroteios e bloqueios de vias como principal motivo para a suspensão das atividades. Moradores relataram dificuldade para retornar do trabalho ou chegar em casa, diante do transporte precário e do medo de circular em meio à operação.

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostram funcionários de um mercado nas proximidades do Complexo Alemão sendo saqueado, durante as operações contra o crime organizado.

Transporte público sobrecarregado

Com o transporte rodoviário paralisado, a população enfrentou sérias dificuldades para se deslocar. Mais de 120 linhas de ônibus foram impactadas, e diversos motoristas retornaram às garagens ou se recusaram a sair por medo de ataques.

Foto: Thainá Moraes/Diário do Rio

Em resposta, MetrôRio, SuperVia e CCR Barcas ampliaram o número de viagens e anteciparam o horário de pico. Mesmo assim, as estações ficaram lotadas. Na Central do Brasil e em estações do Metrô, houve confusão e registros de passageiros pulando as catracas para embarcar.

Na Barra da Tijuca, a situação se repetiu. As estações do Jardim Oceânico e o Terminal do Alvorada ficaram lotados, e milhares de pessoas caminharam quilômetros pelas avenidas das Américas e Airton Senna para chegar em casa. Alguns relataram trajetos de até cinco quilômetros a pé.