O mais recente pronunciamento do prefeito David Almeida (Avante) expôs, com rara transparência, o clima que domina os bastidores da sucessão estadual de 2026. Em um discurso carregado de simbologias políticas, David deixou claro que sente a pressão de aliados e opositores e que, se o “cerco” continuar, não hesitará em redesenhar alianças. A declaração foi entendida como um recado direto para quem tenta empurrá-lo para uma disputa que ele insiste em negar.

Ao dizer que poderia “partir para outro lugar” se a aliança ruísse, David acendeu o alerta no grupo governista. A observação de que alguns pré-candidatos estariam dependendo de seu apoio, agindo como “muletas”, para se viabilizarem na capital, revela ressentimentos e reforçou seu recado estratégico: “ninguém se elege no Amazonas sem a estrutura da Prefeitura de Manaus e do Avante.”

Nos bastidores, aliados admitem que o prefeito se incomoda com movimentos internos para forçá-lo a disputar o Governo do Estado, o que ele vê como jogo duplo. Mesmo reiterando que “não é candidato” e que não renunciaria ao mandato, seu nome segue circulando como opção. No discurso, David tratou isso como provocação: “Estão me colocando toda hora. Falando mal, falando bem, mas falando.”

O recado mais duro, porém, veio quando o prefeito sugeriu que poderia retirar seu apoio caso o grupo não respeite os “gestos” e o “equilíbrio” necessários para manter a aliança. A simples menção dessa possibilidade já movimentou os bastidores.

“Ninguém que vai ser eleito nesse estado pode prescindir do nosso apoio”, disparou.

Mudanças até de rotina

David afirmou que mudou sua rotina para evitar interpretações eleitorais — deixou de correr pela Ponte Jornalista Phelippe Daou e até alterou o local onde toma café da manhã. O esforço revela que, mesmo tentando se afastar da disputa, o prefeito reconhece que está no centro dela.

No fim, David tenta passar a mensagem de que continua fiel às alianças, mas que está disposto a reescrever o jogo se continuar sendo pressionado: “Eu não quero embate com ninguém, mas pode mudar”.

Um aviso que, no tabuleiro de 2026, soa menos como hipótese e mais como alerta.

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