
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, anunciou nesta sexta-feira (10/10) que a instituição voltou a financiar cota de 80% no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). Ele fez a declaração durante a solenidade de lançamento do novo crédito imobiliário do Governo Federal, que contou com a presença do presidente Lula, em São Paulo.
O novo programa reestrutura o uso da poupança para ampliar a oferta de crédito, especialmente para a classe média. a parte da população que ganha mais de R$ 12 mil.
Na solenidade, Lula disse:
“Um trabalhador metalúrgico, um bancário, um químico, um gráfico, um trabalhador da Caixa Econômica, um professor […] Essas pessoas não têm direito a comprar casa, porque elas nem são pobres, não estão na faixa 1, nem na faixa 2 [do Minha Casa, Minha Vida].
Esse programa foi feito pensando nessa gente, pensando em dar àqueles que ainda não têm direito, o direito de ter a sua casinha um pouco melhor”.
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O novo modelo de crédito imobiliário do país reestrutura o uso da poupança para ampliar a oferta de crédito. Após um período de transição, o total dos recursos depositados na caderneta de poupança será referência para uso no setor habitacional, com o fim dos depósitos compulsórios no Banco Central (BC). Além disso, o valor máximo do imóvel financiado no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) passará de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões.
A previsão é que, com essa mudança, a Caixa Econômica Federal financie mais 80 mil novas moradias até 2026.
Desde 1º de novembro de 2024, a cota máxima de financiamento admitida pela Caixa estava em até 70% do valor do imóvel, porque o banco estava trabalhando no limite da sua capacidade. Segundo Vieira, a decisão desta sexta foi possível graças às mudanças nas regras do uso do FGTS e da poupança.
As mudanças no uso dos recursos da poupança para a compra de imóveis residenciais tenta resolver uma complicada equação que tem encarecido o crédito e distanciado o brasileiro do seu sonho da casa própria: demanda por imóveis em alta, alto volume de saques da caderneta de poupança —de onde vêm os recursos para o crédito— e Selic em dois dígitos e retomando ritmo de escalada.
A Caixa deve liderar a adesão ao novo modelo, que será testado até o fim de 2026. O funcionamento pleno está previsto para 2027.
*Com informações de Agência Brasil e Folha de S. Paulo