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Natal mais forte em 10 anos anima comércio e gera empregos

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Natal mais forte em 10 anos anima comércio e gera empregos
(Foto: Divulgação)

O clima de fim de ano veio acompanhado de otimismo no varejo brasileiro. Projeções da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) indicam que as vendas de Natal em 2025 devem somar R$ 72,71 bilhões, alta de 2,1% em relação a 2024, no melhor resultado para a data em dez anos.

Para o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros, o desempenho esperado é um alívio para o setor após um ano desafiador.

“Em um ano de desaceleração da economia e do comércio, a estimativa representa esperança para os varejistas, que podem compensar uma parte das dificuldades causadas pelo alto custo de acesso ao crédito e endividamento da população no Brasil ao longo de 2025. Esperamos entrar em 2026 com bons resultados para os comerciantes e boas festas em todos os lares brasileiros”, avalia Tadros.

Presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros (Foto: Divulgação)

Consumidor volta às compras, e no Amazonas mais ainda 

Pesquisas nacionais da CNDL e do SPC Brasil mostram que 76% dos consumidores pretendem presentear alguém neste Natal, com média de quatro presentes e ticket de R$ 174, acima de 2024.

No Amazonas, porém, o apetite do consumidor é ainda mais expressivo.

Dados da Pesquisa de Intenção de Compras para o Natal 2025, realizada pela Fecomércio AM/Ifpeam, revelam que 94% dos consumidores de Manaus pretendem fazer compras natalinas, um índice muito superior à média nacional.

Os gastos também prometem movimentar o comércio local:

  • 38% planejam gastar acima de R$ 400,

  • 46% pretendem investir entre R$ 101 e R$ 300.

Os produtos mais procurados no estado seguem alinhados ao cenário nacional, com destaque para vestuário (32%), perfumaria e cosméticos (18%), brinquedos (17%) e acessórios (9%).

A intenção de presentear está concentrada no núcleo familiar. Mães, filhos, afilhados ou enteados representam 44% das compras, enquanto cônjuges e namorados(as) somam 17%. Além disso, 77% dos amazonenses devem comprar mais de um presente.

Onde o amazonense pretende comprar?

O levantamento da Fecomércio AM reforça a importância do comércio presencial:

  • 94% dos consumidores pretendem comprar em lojas físicas,

  • 40% devem escolher shoppings,

  • 37% o Centro de Manaus,

  • 20% preferem lojas de bairro.

Além disso, 55% pretendem antecipar as compras em pelo menos duas semanas, enquanto 37% devem esperar a semana do Natal.

Sobre formas de pagamento, o cartão de crédito lidera com 50%, seguido pelo Pix (40%). Crediário e carnês aparecem com 10%.

Natal que gera emprego

O bom momento esperado para as vendas também se reflete no mercado de trabalho. A CNC projeta a abertura de 112,6 mil vagas temporárias no varejo neste fim de ano, aumento de cerca de 5% em relação a 2024. A estimativa é que 11% desses trabalhadores sejam efetivados após as festas, o que representa mais de 12 mil novos postos permanentes.

Segundo o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, o reforço nas equipes pode ter impacto que vai além do período natalino:

“Esta variação positiva foi detectada ainda no Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) de novembro, pesquisa na qual 70% dos comerciantes entrevistados afirmaram planejar contratações para o período de boas vendas que se inicia na Black Friday e vai até o Natal. Essas oportunidades podem gerar impacto positivo em curto e médio prazo, pois a estabilidade no baixo desemprego no País é um dos fatores necessários para melhorias na economia em 2026”, explica Bentes.

Economista-chefe da CNC, Fabio Bentes (Foto: Divulgação)

Hiper e supermercados concentram quase metade das vagas temporárias, seguidos por lojas de vestuário, calçados e utilidades domésticas.

Desafios ainda existem

Apesar das projeções positivas, o setor ainda convive com desafios como o alto custo do crédito e o endividamento de parte das famílias, fatores que limitam o espaço para gastos extras.

Especialistas reforçam que o consumidor deve planejar as compras, comparar preços e evitar comprometer o orçamento de início de ano com parcelas longas demais, especialmente em um cenário em que muitos já utilizam o 13º salário para quitar dívidas ou equilibrar as contas.