As renas que puxam o trenó do Papai Noel têm origem na combinação de tradições do Ártico com o folclore europeu e ganharam forma definitiva a partir da literatura e da publicidade nos séculos 19 e 20. A associação, hoje consolidada no imaginário natalino, nasceu de costumes reais de povos do Hemisfério Norte e foi popularizada por poemas, canções e campanhas comerciais.
O ponto de partida está nas renas de verdade, animais da espécie Rangifer tarandus, típicos das regiões árticas e subárticas da Escandinávia, Rússia, Groenlândia, Alasca e Canadá. Nessas áreas, especialmente entre povos como os Sami, a domesticação das renas é uma tradição milenar. Elas sempre foram usadas como meio de transporte e força de trabalho no inverno, puxando trenós sobre a neve, o que ajudou a consolidar sua imagem como símbolo de resistência e agilidade.
Essa prática cotidiana criou uma conexão natural entre as renas, o trenó e as paisagens geladas do Norte, cenário que mais tarde seria associado ao Polo Norte, local onde, segundo a tradição, vive o Papai Noel. A partir daí, o folclore incorporou esses animais ao mito natalino.
A consolidação das renas como personagens do Natal ocorreu em 1823, com a publicação do poema americano “A Visit from St. Nicholas”, mais conhecido como “’Twas the Night Before Christmas”. O texto apresentou ao público as oito renas originais do trenó: Dasher, Dancer, Prancer, Vixen, Comet, Cupid, Donner e Blitzen. Os nomes, muitos deles associados à velocidade e a fenômenos naturais como trovão e relâmpago, reforçavam a ideia de rapidez necessária para a entrega dos presentes em uma única noite.
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Na tradição anglo-saxônica inicial, o número de renas era oito, quantidade semelhante à usada em trenós reais nas regiões geladas do Norte. A ideia de que essas renas seriam capazes de voar surgiu como elemento mágico para justificar como o Papai Noel conseguiria percorrer o mundo inteiro em poucas horas.
A história ganhou um novo capítulo em 1939, com a criação de Rudolph, a rena de nariz vermelho. O personagem foi idealizado pelo redator Robert L. May para uma campanha publicitária da loja americana Montgomery Ward. Na narrativa, Rudolph se destaca por ter um nariz luminoso, capaz de guiar o trenó em meio à neblina intensa.

O sucesso foi imediato, e a rena passou a integrar definitivamente o grupo, tornando-se uma das figuras mais populares do Natal, impulsionada por músicas, livros e adaptações para cinema e televisão.
Hoje, a lenda das renas do Papai Noel é resultado direto dessa mistura entre tradições culturais do Ártico, literatura do século 19 e estratégias publicitárias do século 20. Juntas, elas ajudaram a criar um dos símbolos mais reconhecidos e duradouros das celebrações natalinas em todo o mundo.