A presença de Neymar na Copa do Mundo de 2026 voltou a ser tema central na entrevista coletiva de Carlo Ancelotti nesta sexta-feira (5/12), nos Estados Unidos. Dois dias após o camisa 10 marcar um hat-trick na vitória do Santos por 3 a 0 sobre o Juventude, o treinador da seleção brasileira evitou fazer qualquer promessa, mas deixou claro: se o atacante estiver bem e em alto nível, ele será convocado.
Ancelotti participou da entrevista após acompanhar o sorteio dos grupos do Mundial e foi questionado mais de uma vez sobre o futuro de Neymar na Seleção.
“Se falamos de Neymar, temos que falar de outros jogadores. Temos que pensar no Brasil, que pode estar com Neymar ou sem Neymar, com outros jogadores ou sem outros jogadores. A lista definitiva vamos fazer depois da data Fifa de março”, afirmou o técnico.
Minutos depois, o italiano voltou a ser pressionado sobre o tema e reforçou que a convocação passará exclusivamente pelo desempenho do jogador.
“Eu entendo muito bem que estão muito interessados em Neymar, eu quero esclarecer que estamos em dezembro, a Copa é em junho, vou escolher a equipe que vai à Copa em maio. Se Neymar merecer estar, se estiver bem, melhor que outro, ele vai jogar a Copa do Mundo e ponto. Não tenho dívida com ninguém”, completou.
Protagonismo e perfil da Seleção para 2026
Questionado sobre quem pode assumir o protagonismo da seleção brasileira na Copa, Ancelotti evitou apontar um único “nome de referência” e preferiu destacar a força coletiva e a qualidade da base da equipe.
“Posso fazer uma lista de jogadores que podem ser protagonistas na Copa do Mundo. Pode ser que agora não temos um jogador referente neste sentido, mas teremos muitos jogadores referentes. Posso fazer uma lista, temos um dos melhores goleiros do mundo, alguns dos melhores zagueiros, meio-campistas top e alguns jogadores na frente”, disse.
O treinador também voltou a repetir um discurso que tem adotado desde o início do trabalho à frente da Seleção:
“Eu disse que não quero jogadores que querem ser o melhor do mundo, quero jogadores que querem ganhar a Copa. O importante não é ter referentes, mas ter jogadores que querem ganhar.”
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Estreia e caminho do Brasil no Mundial
Sobre a estreia do Brasil na Copa, Ancelotti adotou cautela. O adversário na primeira rodada pode ser Marrocos, Haiti ou Escócia, a depender da definição de sedes e cruzamentos, mas o técnico reforçou que a prioridade é preparar o time para vencer independentemente do rival.
“Temos que esperar o que vai acontecer amanhã na definição dos locais das partidas. O primeiro jogo do Brasil pode ser contra Marrocos, Haiti, Escócia, temos que ganhar. É respeitar o adversário, estudar bem o rival, isso é importante para a comissão, e ganhar o jogo. Podemos ganhar os três jogos, nossa ideia é muito clara, temos que estar competitivos em toda a Copa do Mundo”, afirmou.
O italiano também minimizou qualquer projeção sobre o caminho no mata-mata.
“Não tem um peso específico, porque o objetivo é jogar a final. Acho que o objetivo do Brasil é jogar a final e, para isso, tem que se enfrentar equipes muito fortes, pode ser nas quartas de final, na semifinal. Na minha opinião não muda muito”, avaliou.
Amistosos de março serão “termômetro” da Seleção
Antes de divulgar a lista final para a Copa, a Seleção Brasileira volta a campo em março, em dois amistosos de alto nível contra Croácia e França. Para Ancelotti, esses confrontos serão fundamentais para medir o estágio da equipe.
“Acho que é um bom teste, vamos jogar contra equipes de top nível mundial, de diferentes características. França tem qualidade individual extraordinária, Croácia tem uma equipe de muita experiência. Queremos saber onde estamos”, declarou.
‘É um termômetro, obviamente. Pode ser positivo ou negativo. Vamos fazer uma avaliação depois dos jogos para saber os problemas que esses jogos podem criar”, completou.
Segundo o treinador, alguns setores da lista de convocados ainda seguem em aberto, justamente para acomodar possíveis lesões e avaliar o momento de cada atleta às vésperas do Mundial.
“Tomamos a decisão junto com a comissão e a CBF, levando em conta o aspecto técnico. Começar a preparação para a Copa no Brasil vai ser bom para criar um bom ambiente perto da Copa. Temos sempre que deixar a dúvida, porque um jogador sempre pode se lesionar, então nunca vai ser definitiva”, explicou.
“União bonita” entre Ancelotti e Seleção
Ao falar sobre sua relação com o grupo e com o desafio de comandar o Brasil em uma Copa do Mundo, Ancelotti destacou a motivação pessoal e a conexão com os jogadores.
“Estou muito contente e satisfeito com os jogadores. A acolhida aqui foi muito bonita para mim, para eu fazer algo importante para a seleção. Estou aqui por isso, para fazer algo importante. Pode ser que eu seja importante para a seleção, mas pode ser que a seleção também seja muito importante para mim. Creio que é uma união bonita, que a mim pessoalmente me motiva muito, treinar a seleção e tomara que possa ajudar a seleção a ganhar ” disse.