
Após a derrota do Palmeiras por 1 a 0 para o Bahia no Brasileirão, o estado do gramado da Arena Fonte Nova voltou a ser um tema central nas discussões do futebol brasileiro. A controvérsia teve início quando Rogério Ceni declarou que a reclamação de Abel Ferreira a respeito das péssimas condições do campo não tinha fundamento, visto que o estilo de jogo do Verdão — com ligações diretas de Weverton para Flaco López e Vitor Roque — seria favorecido pelo terreno irregular.
A afirmação provocou a irritação de Anderson Barros, diretor de futebol do Palmeiras, que descreveu a atitude do treinador adversário como “uma questão ética complicada”.
“Quanto à crítica do treinador do Bahia sobre a forma como supostamente o Palmeiras joga, não vale perder tempo. Os títulos que o clube conquistou sob o comando da comissão técnica do Abel demonstram a excelência do trabalho desenvolvido. A declaração do senhor Rogério Ceni entra em uma questão ética complicada e eu acho que ele deveria repensá-la”, afirmou Barros.
Houve muitas críticas ao gramado durante e depois do jogo, principalmente depois que Lucas Evangelista e Piquerez saíram de campo com dores ainda no primeiro tempo. O Palmeiras enfatizou que a queixa não está relacionada ao resultado, mas à segurança dos jogadores.
“Sempre que o Palmeiras faz uma reclamação, é pelo bem do futebol. É para tentar fazer com que o futebol brasileiro evolua. Em momento algum culpamos o campo ruim da Fonte Nova pelo resultado de ontem. Tanto que já falamos sobre a qualidade do gramado antes mesmo de a partida começar. O Abel falou a respeito na entrevista pré-jogo e eu informei alguns repórteres que estávamos fazendo uma queixa formal à CBF”, declarou o dirigente ao ge.
Barros também mencionou que Ceni havia criticado o estado do gramado em 2024, após uma derrota do Bahia.
“O próprio treinador do Bahia, que ontem saiu em defesa do campo da Fonte Nova, disse um ano atrás, se não me engano, que era preferível ter um campo sintético a jogar em um gramado sem a mínima condição. Não fui eu quem falei isso, foi o treinador do Bahia, o senhor Rogério Ceni, que aparentemente se esqueceu do que falou em 2024”, alfinetou.
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O dirigente também apoiou a escolha do Palmeiras de colocar gramado sintético no Allianz Parque.
“Muita gente diz que o Palmeiras colocou o campo sintético para ter ganho esportivo ou ajudar na recuperação após shows, mas isso não é verdade. O Palmeiras decidiu instalar o piso artificial porque o gramado do Allianz Parque até 2019 era ruim. Não podíamos continuar a oferecer um campo em más condições para os atletas, sejam do Palmeiras ou adversários. A integridade física dos jogadores está sempre em primeiro lugar. Não é por acaso que, desde 2020, quando implementamos o gramado sintético, o Palmeiras é um dos clubes do Brasil com menor número de lesões”, concluiu Barros.