Austrália, Nova Zelândia e as ilhas Line, em Kiribati, estão entre os primeiros lugares do mundo a celebrar a chegada do Ano Novo. Essa diferença no horário da virada acontece por causa dos fusos horários, um sistema criado pelo ser humano e padronizado em 1884. Desde então, a Terra passou a ser dividida em 24 fusos, cada um com aproximadamente uma hora de diferença. O modelo existe porque o planeta gira em torno do próprio eixo, fazendo com que o dia comece em momentos distintos conforme a localização geográfica.
A adoção internacional do sistema de fusos horários ocorreu durante a Conferência Internacional do Meridiano, realizada em 1884, em Washington, nos Estados Unidos, com a participação de representantes de diversos países. No encontro, ficou definido que o meridiano de Greenwich, na Inglaterra, seria o ponto zero para a contagem dos horários mundiais, conhecido como UTC (Tempo Universal Coordenado). A partir dele, os horários avançam para o leste e atrasam para o oeste.

Meridiano de Greenwich, na Inglaterra, ponto zero dos fusos horários que definem quem vê a virada de ano primeiro ao redor do mundo
No oceano Pacífico está localizada a Linha Internacional de Data, que separa dois dias consecutivos no calendário mundial. Ao cruzá-la no sentido oeste, o calendário avança um dia; no sentido leste, retrocede. Esse mecanismo define onde o Ano Novo começa e onde termina.
Por isso, os primeiros países e territórios a entrar no novo ano estão nos fusos horários mais adiantados. As ilhas Line, em Kiribati, são os primeiros locais habitados a registrar a virada, seguidos pela Nova Zelândia e por regiões da Austrália.

Horas depois, países da Ásia, como Japão, China e Coreia do Sul, registram a virada. Na sequência, o ano novo chega ao Oriente Médio, à Europa e à África.
Saiba mais:
O Xadrez do Senado no Amazonas em 2026: entre capital e interior, quem fica com as duas vagas?
Os fusos horários brasileiros
O Brasil entra no ano novo depois desses países, pois está no fuso UTC menos três (horário de Brasília), mas nossas ilhas oceânicas, como os arquipélagos de Fernando de Noronha (PE) e São Pedro e São Paulo (SP) estão no UTC-2, portanto fazem a virada do ano antes da maioria dos Estados.
Os últimos brasileiros a festejarem a virada do ano vivem no Acre e na região Oeste do Amazonas, Tabatinga e Santo Antônio do Iça, Atalaia do Norte, no Alto Solimões, pois estão no UTC -5.

Os Estados Unidos registram a virada mais tarde, com fusos que variam entre UTC menos cinco (Costa Leste) e UTC menos oito (Costa Oeste).
Os últimos lugares do planeta a entrar no ano novo são as ilhas Baker e Howland. Esses territórios ficam no fuso UTC menos doze e pertencem aos Estados Unidos. As ilhas não possuem população permanente.

Entre o primeiro e o último local a registrar a virada do ano existe uma diferença de 26 horas. Esse intervalo faz com que o ano novo seja celebrado de forma contínua ao redor do mundo ao longo de mais de um dia.
Entenda o UTC
UTC significa Tempo Universal Coordenado. É o padrão internacional usado para marcar o tempo no mundo todo. Ele serve como referência para definir os fusos horários dos países.
O UTC é baseado em relógios atômicos, que medem o tempo com alta precisão. Ele não depende da rotação da Terra nem das estações do ano. Cada país ou região ajusta seu horário local a partir do UTC. Quando um local está à frente do UTC, usa um valor positivo, como UTC+3. Quando está atrás, usa um valor negativo, como UTC-5.
Por exemplo, o horário oficial de Brasília é UTC-3. Isso significa que, quando são 12 horas no UTC (marco zero), são 9h em Brasília e 8h em Manaus.