
Aquela queimação no estômago depois das refeições é mais comum do que parece. A azia atinge milhões de brasileiros e, na maioria das vezes, está ligada ao refluxo do ácido do estômago para o esôfago processo que acontece quando o esfíncter esofágico inferior, uma espécie de “válvula” que deveria manter tudo no lugar, relaxa mais do que deveria.
Especialistas apontam que a combinação entre hábitos alimentares, estilo de vida e fatores clínicos é o que mais influencia no aparecimento do sintoma.
Por que a azia acontece?
As causas mais frequentes têm relação direta com comportamentos do dia a dia:
- Alimentos gordurosos, frituras, condimentos, café, álcool e refrigerantes tendem a irritar o estômago e facilitar o refluxo.
- Deitar logo após comer também aumenta o risco, já que facilita o retorno do ácido.
- Excesso de peso pressiona o estômago e favorece a subida do conteúdo ácido.
- Tabagismo, por causa da nicotina, enfraquece o esfíncter esofágico.
- Estresse e ansiedade potencializam a produção de ácido gástrico.
- Gravidez, por causa das mudanças hormonais e da compressão abdominal.
- Hérnia de hiato, quando parte do estômago sobe para o tórax.
- Uso de aspirina, anti-inflamatórios e relaxantes musculares, que podem irritar o esôfago.
Mitos que todo mundo já ouviu e as verdades!
A azia também carrega uma série de crenças populares que nem sempre fazem sentido.
Mito: banana sempre melhora a azia.
Verdade: funciona para alguns, não para todos. Cada organismo reage de um jeito.

Mito: só sente azia quem exagera na comida.
Verdade: estresse, hábitos diários e até roupas apertadas podem provocar o sintoma.

Mito: remédios caseiros “curam” a azia.
Verdade: eles até aliviam temporariamente, mas o tratamento real envolve mudanças de hábito e, em alguns casos, acompanhamento médico.

Mito: leite (ou leite em pó) cura azia. Essa é uma recomendação muito comum entre pessoas mais velhas, mas não é eficaz.
Verdade: O leite dá um alívio imediato porque neutraliza o ácido, mas o efeito dura pouco. Por ser rico em gordura e proteínas, ele faz o estômago produzir ainda mais ácido, o que pode piorar a queimação depois inclusive o leite em pó.

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O que realmente ajuda?

O alívio pode ser rápido, mas depende do tipo de sintoma:
- Antiácidos, como hidróxido de alumínio, neutralizam o ácido e reduzem a queimação em minutos.
- Inibidores de bomba de prótons, como omeprazol, diminuem a produção de ácido e são indicados para quadros recorrentes.
- Mudanças no dia a dia fazem diferença: comer porções menores, evitar deitar após as refeições, reduzir gorduras, álcool e cafeína, além de praticar atividade física e se necessário perder peso.
- Chás calmantes, como espinheira-santa, podem ajudar a aliviar o desconforto.
- Elevar a cabeceira da cama reduz o refluxo noturno.
- Hidratação constante ajuda a minimizar irritações no esôfago.
Quando a azia merece atenção?
Se a queimação se repete várias vezes por semana, atrapalha o sono ou vem acompanhada de tosse persistente, rouquidão, engasgos ou dor intensa, é importante buscar avaliação médica.
Em muitos casos, o sintoma pode indicar refluxo gastroesofágico quadro que exige tratamento.
No fim das contas…
A azia não é só um incômodo ocasional, ela reflete como estamos nos alimentando, vivendo e lidando com o estresse. A boa notícia é que pequenas mudanças podem afastar a queimação e devolver o conforto no dia a dia.