
O caso recente do jogador Everton Ribeiro, que passou por uma cirurgia após ser diagnosticado com câncer de tireoide, trouxe visibilidade sobre a doença. O câncer de tireoide representa apenas uma pequena fração dos tumores malignos, mas vem apresentando um crescimento notável no número de diagnósticos em todo o mundo.
É um câncer de elevada taxa de cura, especialmente quando diagnosticado precocemente. Os tipos mais comuns, carcinoma papilífero e carcinoma folicular, correspondem a mais de 90% dos casos e têm comportamento clínico indolente, o que explica o bom prognóstico mesmo após procedimentos cirúrgicos.
O que é a tireoide?
A tireoide é uma glândula fundamental para o metabolismo, regulando desde a frequência cardíaca até o gasto energético e o controle térmico. Quando o tecido tireoidiano sofre mutações genéticas que alteram o crescimento celular, formam-se nódulos que podem evoluir para tumores malignos.
Um estudo do Brazilian Journal of Interdisciplinary Health Studies destaca que o tratamento cirúrgico é o principal meio de controle e cura, podendo variar entre lobectomia (retirada parcial da glândula) e tireoidectomia total. A escolha do procedimento depende de fatores como o tamanho do tumor, a idade do paciente e a presença de metástases linfonodais.
Caso a tireoide seja retirada, o paciente precisará reposição hormonal com levotiroxina. Essa reposição tem dupla função: manter o metabolismo equilibrado e inibir a secreção de TSH, hormônio que estimula o crescimento de tecido tireoidiano, o que reduz o risco de recidiva tumoral.
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Subtipos do câncer de tireoide
Segundo André João Rossi, oncologista no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, o câncer de tireoide se divide em diferentes subtipos, cada um com características histológicas e tratamentos específicos.
Os tumores bem diferenciados, que englobam o papilífero e o folicular, são os mais comuns e geralmente diagnosticados em estágios iniciais, muitas vezes de forma incidental, durante exames de imagem de rotina.
Outros subtipos, mais raros e agressivos, incluem o carcinoma anaplásico, com crescimento acelerado e diagnóstico tardio, e o carcinoma medular, associado a alterações genéticas hereditárias, como as síndromes de neoplasia endócrina múltipla.
Sintomas para se ficar de olho
- caroço no pescoço que não desaparece,
- linfonodos aumentados,
- rouquidão persistente,
- sensação de pressão na garganta,
- dificuldade para engolir.
Histórico familiar de doenças tireoidianas, distúrbios hormonais e exposição a radiações ionizantes (provenientes de exames de imagem) são considerados fatores de risco para a doença.
*Com informações de G1