
Em alguns restaurantes de Manaus, desperdiçar comida pode doer no bolso. Estabelecimentos do tipo self-service e rodízio têm adotado a cobrança de uma taxa extra, que varia de R$ 5 a R$ 20, quando os clientes se servem além do que conseguem consumir. A medida busca reduzir o descarte de alimentos e estimular o consumo consciente.
De acordo com um funcionário de um restaurante localizado no conjunto Morada do Sol, no bairro Aleixo, zona Centro-Sul de Manaus, o desperdício diário é significativo.
“A gente tem uma base de dois quilos de desperdício de alimentos (…) Na hora de se servir, as pessoas põem uma quantidade no prato e no final não conseguem terminar de comer”, disse.
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O jornalista Jefferson Coronel, por exemplo, declarou ser extremamente preocupado com o desperdício de alimentos no Brasil. Ele defende campanhas de conscientização como forma de educar a população e reduzir os impactos sociais e ambientais causados por essa prática.
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Desperdício em números
Um levantamento da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) revelou que cerca de 30% dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados ou perdidos a cada ano, o que representa 1,3 bilhão de toneladas. Na América Latina, esse número chega a aproximadamente 77 milhões de toneladas.
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Ações no Amazonas
No Amazonas, o combate ao desperdício tem mobilizado ações públicas. Apenas nos três primeiros meses de 2024, o Programa Estadual de Combate ao Desperdício e à Perda de Alimentos (Pcodepa), coordenado pela Secretaria de Estado de Produção Rural (Sepror), recolheu 42,2 toneladas de alimentos em feiras e supermercados de Manaus.
Em 2023, o programa arrecadou mais de 350 toneladas, que foram destinadas a 248 instituições socioassistenciais e beneficiaram cerca de 65 mil pessoas em situação de vulnerabilidade social e nutricional. A iniciativa contribuiu diretamente para a promoção da segurança alimentar no estado.
Contra a lei
Enquanto muitos restaurantes de Manaus cobram taxas extras sobre o desperdício de alimentos em bufê ou rodízio, a Lei estadual 4.484/2017 determina que essa prática é ilegal no Amazonas. O Procon‑AM está autorizado a aplicar sanções de até R$ 3.000 para quem insistir na cobrança.
Saiba como denunciar
Os consumidores podem apresentar suas reclamações por meio dos nossos canais de denúncia: telefone (92) 3215-4009 / 0800 092 1512 ou por e-mail mediante fiscalizacaoprocon@procon.am.gov.br. Outra opção é comparecer pessoalmente ao Procon-AM, situado na avenida André Araújo, 1500 – Aleixo.