
Neste 4 de outubro é marcado como Dia do Barman, também conhecido como Bartender, profissional fundamental para quem aprecia um bom drinque, seja alcoólico ou não.
Embora muitas vezes passe despercebido, o bartender está presente em diversos momentos especiais da vida: no happy hour com os amigos, nas baladas de fim de semana ou em comemorações marcantes, como o nascimento de um filho, uma promoção no trabalho ou até a compra de um imóvel.
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Consumo de bebidas alcoólicas no Brasil e no mundo
Mais do que preparar coquetéis, o bartender ajuda a contar histórias. Cada drinque carrega um pouco de tradição, memória e inovação. E, no Brasil, alguns nomes revolucionaram a forma de beber, ressignificando clássicos ou inventando novas combinações que conquistaram paladares de norte a sul.
O Rabo de Galo Carijó: a nostalgia em um copo
Christopher Carijó, por exemplo, misturou seu amor pela cachaça, pelo café e pelas lembranças do avô em um drinque autoral. Quando criança, sua rotina incluía as laranjas roubadas da feira e, mais tarde, o primeiro gole de Rabo de Galo oferecido pelo avô na padaria. Esse sabor de infância ficou guardado na memória e reapareceu quando ele começou a se aprofundar na coquetelaria.
O resultado foi o Rabo de Galo Carijó, preparado com cachaça, cynar, vermute tinto, infusão de café e laranja bahia. A bebida resgata a “nostalgia do boteco” e ainda leva no nome a marca pessoal do criador. Hoje, Carijó tem mais de 400 rótulos de cachaça em sua coleção, mas é nesse drinque que ele encontra a síntese de sua história de vida.
Moscow Mule: da Inglaterra para o Brasil, com sotaque e espuma
Já Marcelo Serrano deu uma cara nova ao tradicional Moscow Mule. Após experimentar a receita original em Londres, decidiu incluí-la no cardápio do My New York Bar, em São Paulo, em 2010. O desafio era adaptar o drinque ao Brasil, onde não havia ginger beer e nem as tradicionais canecas de cobre.
Foi então que nasceu a ideia de substituir o refrigerante por uma espuma cremosa de gengibre, leve e refrescante. A mudança conquistou tanto os clientes que rapidamente a versão brasileira passou a ser considerada “a original”. Hoje, praticamente todo Moscow Mule servido no país traz a famosa espuma. Serrano, que no início guardava a receita em segredo, passou a ver sua criação replicada em bares de todo o Brasil como um elogio e um marco da coquetelaria nacional.
Macunaíma: literatura brasileira em forma de drinque
No Boca de Ouro, em São Paulo, Arnaldo Hirai buscava algo simples e brasileiro para compor a carta de bebidas do bar em 2013. Foi assim que surgiu o Macunaíma, mistura de cachaça, Fernet branca, limão e xarope de açúcar.
No começo, a bebida quase ganhou o apelido de “caxirola”, em referência ao instrumento criado para a Copa de 2014, mas Hirai preferiu mergulhar na literatura e escolheu Macunaíma, personagem clássico de Mário de Andrade. O nome caiu como uma luva, dando ainda mais identidade a um drinque que se espalhou rapidamente pelo Brasil. Hoje, é comum encontrá-lo em cardápios de norte a sul, sempre despertando curiosidade e orgulho em quem pede a receita.
