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Fogos de artifício podem causar danos auditivos graves em crianças, alertam especialistas

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Fogos de artifício podem causar danos auditivos graves em crianças, alertam especialistas
(Foto: Reprodução/internet)

Os fogos de artifício, tradicionais nas festas de fim de ano, podem representar um risco sério à saúde auditiva, principalmente de crianças e bebês. O barulho provocado pela pirotecnia atinge níveis capazes de causar trauma acústico imediato e até perda auditiva permanente.

Enquanto sons acima de 85 decibéis já são considerados prejudiciais à audição, rojões e bombas podem alcançar até 140 decibéis, intensidade suficiente para provocar lesões no ouvido interno. A exposição sem proteção transforma a celebração em um potencial problema de saúde.

Segundo o otorrinolaringologista Dr. Fayez Bahmad Jr, membro da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), os danos variam de zumbido temporário a perda auditiva irreversível. Entre os primeiros sinais estão sensação de ouvido tampado, dificuldade para ouvir, zumbido, pressão no ouvido e tontura.


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As crianças estão entre as mais vulneráveis. Bebês não possuem reflexo para se afastar da fonte do ruído, enquanto adolescentes costumam subestimar o perigo. Relatos clínicos indicam casos de danos permanentes causados pela exposição direta ou pelo manuseio inadequado de fogos, sem qualquer proteção.

Manter distância da queima é a principal recomendação. Ambientes abertos e afastados reduzem a pressão sonora, mas nem sempre eliminam o risco. Por isso, o uso de proteção auditiva é fundamental quando o barulho é inevitável.

Especialistas orientam o uso de protetores tipo concha (abafadores), que reduzem o ruído em até 30 decibéis e oferecem melhor vedação. Tampões de espuma não são indicados, especialmente para crianças pequenas, por serem pouco eficazes e inseguros.

Crianças com transtorno do espectro autista (TEA), TDAH ou hipersensibilidade auditiva exigem atenção redobrada. Nesses casos, é recomendado criar um ambiente controlado dentro de casa, com sons baixos e previsíveis.

Para bebês, a recomendação é evitar completamente a exposição. Permanecer dentro de casa, com janelas protegidas por cortinas grossas ou toalhas, ajuda a reduzir o impacto sonoro. Durante o barulho mais intenso, o contato físico, como colo e amamentação, contribui para diminuir o estresse.

Após as festas, os pais devem observar a criança por até 48 horas. Dor no ouvido, irritabilidade, zumbido ou alterações no comportamento são sinais de alerta e exigem avaliação médica. A prevenção é a melhor forma de garantir que a celebração não deixe sequelas na audição.