Preservar a memória do pai e ampliar o impacto do trabalho social são os principais motores que movem Núbia da Silva e Silva, líder comunitária da Vila Marinho e presidente do Instituto Nilza Araújo, no bairro Compensa 3, zona Oeste de Manaus.
A trajetória de solidariedade começou em 27 de agosto de 1995, quando Pedro Corrêa da Silva, conhecido como “Tchê”, fundou a comunidade. Servidor do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), ele deixou um legado de dedicação que sua filha transformou em ação social permanente.
À frente do Instituto Nilza Araújo — criado em homenagem à mãe —, Núbia mantém vivo o trabalho iniciado pela família, oferecendo serviços gratuitos a centenas de famílias. A comunidade tem acesso a atendimentos de saúde, cidadania, assistência social e bem-estar. Entre as atividades estão vacinação, consultas médicas, exames, orientação jurídica, emissão de documentos, cortes de cabelo, massagens, recreação infantil e apoio a programas sociais como o Bolsa Família.
Quase três décadas depois, a iniciativa se consolida como um espaço de referência em solidariedade e inclusão na zona Oeste da capital.
Ação social no bairro
A Compensa, um dos bairros mais populosos de Manaus, abriga a Vila Marinho, onde nasceu o trabalho comunitário do Instituto Nilza Araújo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e da Prefeitura de Manaus, a região contabilizava 73.111 moradores em 2022, o que reforça a relevância das ações sociais desenvolvidas para atender às necessidades básicas da população. Núbia destaca que esse esforço é essencial para garantir dignidade e apoio às famílias locais.
“Nossa missão é levar dignidade e oportunidades, como meus pais sempre sonharam para a Vila Marinho”, contou Núbia em entrevista à Rede Onda Digital.
Melhores do Ano
O Prêmio Melhores do Amazonas 2025, concedido pelos comendadores e jornalistas Sydney e Cristina Litaiff, com apoio do Portal Hits Brasil Manaus, reconheceu recentemente essa trajetória de dedicação. A cerimônia da 8ª edição foi realizada no dia 20 de setembro, no Palácio Rio Negro – Salão Solimões, e reuniu personalidades de destaque pelo serviço prestado à sociedade.
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Núbia enfatizou que a homenagem é coletiva e não apenas pessoal ao receber o prêmio.
“Esse reconhecimento é de toda a comunidade da Compensa e das famílias que acreditam no nosso trabalho. É por elas que continuamos firmes, buscando recursos e parcerias para ampliar os serviços oferecidos pelo Instituto Nilza Araújo.”
Sobre Vila Marinho
Núbia destacou que a Vila Marinho nasceu do sonho de seu pai, Pedro Corrêa, em oferecer estrutura e identidade a uma comunidade marcada por desafios. Como registro desse esforço, ele escreveu manualmente um livro inédito, que narra a trajetória e as lutas dos moradores da época. Preservado como um tesouro pela filha, o manuscrito deve ganhar publicação futuramente, a fim de eternizar a memória do fundador.
“Meu pai sempre acreditou que a educação, a cultura e a organização comunitária eram os caminhos para transformar vidas. Quero lançar o livro dele para que essa história inspire as próximas gerações”, afirmou emocionada.
Reconhecimento e novos avanços
Entre os planos para o futuro, a líder comunitária manifesta a intenção de disputar uma vaga na Câmara Municipal de Manaus (CMM). A ideia é transformar a experiência adquirida na base em políticas públicas capazes de alcançar e beneficiar um público ainda mais amplo.
“Sei das necessidades do povo porque vivo no meio dele. Quero ter voz no Legislativo para lutar por saúde, cidadania e assistência de forma mais ampla”, declarou.
Dedicação à comunidade
Atualmente, o Instituto Nilza Araújo serve como um ponto de apoio essencial para famílias que enfrentam desafios para acessar serviços básicos. Núbia vê essa continuidade como um meio de preservar a memória dos pais e proporcionar novos horizontes para a população do bairro Compensa.
“Que seja um caminho de conquistas, de fortalecimento da Vila Marinho e de transformação real na vida das pessoas. Assim como meu pai sonhou lá atrás, sigo acreditando que a mudança começa dentro da comunidade”, concluiu.