
O presidente dos Estados Unidos Donald Trump voltou a ameaçar autoridades brasileiras, enquanto uma postagem do governo americano que falava sobre a Independência do Brasil citou nominalmente o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em publicação na rede social X nesta segunda-feira (8/9), o subsecretário de Diplomacia Pública do Departamento de Estado afirmou que Washington seguirá tomando medidas contra o que classificou como “abusos de autoridade”.
“Ontem marcou o 203º Dia da Independência do Brasil. Foi um lembrete do nosso compromisso em apoiar o povo brasileiro que busca preservar os valores da liberdade e da justiça. Em nome do ministro Alexandre de Moraes e dos indivíduos cujos abusos de autoridade minaram essas liberdades fundamentais, continuaremos a tomar as medidas cabíveis”, publicou o diplomata.
A declaração surge em meio a uma escalada de tensão. Na última sexta-feira (5/9), o presidente Donald Trump disse estar “muito irritado” com o Brasil e não descartou restringir a entrada de autoridades brasileiras que pretendem participar da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. Questionado sobre a possibilidade de cancelar vistos diplomáticos, Trump respondeu:
“Estamos muito irritados com o Brasil. Já aplicamos tarifas pesadas porque eles estão fazendo algo muito infeliz. O governo mudou radicalmente para a esquerda. Isso está fazendo muito, muito mal. Vamos ver”, declarou o republicano.
Leia mais
Em prisão domiciliar, Bolsonaro pede a Moraes visita de vice-presidente do PL
População brasileira acredita mais na igreja do que nas instituições políticas, diz pesquisa
Em agosto, Washington impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros, medida que, segundo Trump, teria relação com a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem chamou de vítima de uma “caça às bruxas” por responder a processos no STF. Moraes, relator das ações contra Bolsonaro — que envolvem acusações como tentativa de golpe de Estado e abolição violenta do Estado democrático de direito —, tornou-se alvo direto das críticas da Casa Branca.
O ministro já teve seu visto para os EUA revogado e figura na lista de sanções sob a Lei Magnitsky, mecanismo usado pelo governo americano contra autoridades estrangeiras acusadas de violações de direitos.
Analistas apontam que as tarifas e eventuais sanções diplomáticas fazem parte de uma estratégia mais ampla de Trump para pressionar governos que considera adversários ideológicos. A possibilidade de restrições durante a Assembleia Geral da ONU levanta preocupação sobre impactos nas relações bilaterais e até sobre o papel dos EUA como anfitrião de organismos internacionais.
*Com informações do G1.