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Congresso dos EUA aprova lei para liberar todos os arquivos de Jeffrey Epstein

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Congresso dos EUA aprova lei para liberar todos os arquivos de Jeffrey Epstein
Jeffrey Epstein, preso por crimes sexuais, em fotografia tirada pela Divisão criminal de justiça de Nova York (Foto: New York State Division of Criminal Justice Services/Handout/File Photo via REUTERS).

O Congresso dos Estados Unidos aprovou nessa terça-feira (18/11) um projeto de lei que determina a divulgação de todos os arquivos de investigação sobre o bilionário Jeffrey Epstein. O financista, já falecido, foi a figura-chave do maior escândalo sexual no país nos últimos anos.

Epstein foi acusado de abusar de mais de 250 meninas menores de idade e de operar uma rede de exploração sexual nos anos 2000. Ele foi amigo do presidente Donald Trump, que tem sido frequentemente questionado sobre a liberação dos arquivos, chegando a se indispor com repórteres.

Na semana passada, o Congresso dos EUA publicou mensagens que sugerem que Trump tinha conhecimento da conduta de Epstein. Em um e-mail de 2018, o bilionário escreveu que o atual presidente “passou horas” em sua casa com uma das vítimas.

Nesta terça-feira, Câmara e Senado aprovaram rapidamente, e quase por unanimidade, o projeto que obriga o governo a liberar todos os arquivos da investigação. O movimento foi visto como uma derrota política para Trump.

Agora, o texto parte para sanção presidencial. Pelo texto, todos os documentos da investigação, incluindo informações sobre a morte de Epstein na prisão, deverão ser divulgados em até 30 dias após a sanção. A expectativa é que Trump sancione a lei, o que pode acontecer ainda nesta quarta (19).

Durante a campanha de 2024, Trump prometeu várias vezes que, se voltasse à Casa Branca, tornaria públicos arquivos secretos sobre o caso. Em uma entrevista, ele chegou a dizer ser “muito estranho” que a lista de clientes de Epstein nunca tivesse sido divulgada. Depois, ficou num vai-vem sobre o assunto: nas últimas semanas chamou de “farsa” a polêmica em torno do caso, então disse que apoiava a divulgação, dizendo que Epstein “era um problema dos democratas”, seu partido rival.

A proposta prosperou no congresso, com apoio inclusive de deputados republicanos, o partido de Trump.


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Quem foi Jeffrey Epstein?

O financista e empresário bilionário Jeffrey Epstein foi acusado de abusar sexualmente de centenas de meninas menores de idade entre os anos 1990 e 2000. Ele, que tinha conexões em altos níveis da política e do show business americanos, oferecia dinheiro às vítimas e também as instruía a recrutar outras meninas para os abusos. A sua companheira, Ghislaine Maxwell, também participava do esquema sexual, recrutando garotas.

No ano 2000, ele lançou uma fundação homônima com sede nas Ilhas Virgens, nos EUA. O local teria sido montado para receber os clientes e as vítimas do magnata. Celebridades e políticos teriam feito parte do esquema.

Epstein foi preso pela primeira vez em 2008, após se declarar culpado em um acordo polêmico que lhe garantiu uma pena leve.

Em 2019, novas investigações federais levaram a uma outra prisão. Epstein foi encontrado morto em sua cela em agosto do mesmo ano. A morte foi registrada como suicídio, mas gerou teorias da conspiração que duram até hoje. O caso deu origem à minissérie documental “Jeffrey Epstein: Poder e Perversão”, da Netflix.

Trump e Epstein foram amigos durante os anos 1990 e início dos anos 2000. Frequentaram festas juntos e aparecem em registros fotográficos em eventos sociais. O atual presidente dos EUA sempre negou envolvimento no esquema.

*Com informações de G1