Agências de notícias russas divulgaram nesta terça, 30, a morte de Mikhail Gorbachev, o último líder da então União Soviética e o político que encerrou a Guerra Fria com os Estados Unidos. Ele tinha 91 anos.
Gorbachev nasceu em 1931, filho de fazendeiros imigrantes russo-ucranianos. Na infância, chegou a passar fome e a ajudar a família a se sustentar. Formou-se em Direito em 1955, e estendeu a formação acadêmica em 1967, quando completou curso de economia agrícola por meio de um curso por correspondência. Casou-se em 1953 com Raisa Titarenko, e o casal teve uma filha.
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Durante o período na Universidade de Moscou, ingressou no Partido Comunista e se tornou membro ativo da legenda, escalando cargos mesmo jovem. Chegou ao comitê central do partido em 1971 e em 1979, foi promovido ao Politburo, maior autoridade da União Soviética. Encontrou-se com autoridades do Ocidente ao longo dos anos 1980, incluindo o presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, e em 1985 foi eleito Secretário-Geral do Politburo mesmo sendo o mais jovem da organização. Iniciou as políticas de “perestroika” e “glasnost”, sinalizando a abertura do país, tanto política quanto econômica.
Por causa dessas mudanças, em 1989 a União Soviética realizou as primeiras eleições desde 1917. Gorbachev foi eleito presidente e tomou posse em 1990. Naquele ano, o Muro de Berlim caiu, sinalizando o fim do regime comunista e o encerramento da Guerra Fria. Gorbachev ganhou o Nobel da Paz naquele mesmo ano. Em 1991, a União Soviética seria desfeita.
Nos anos seguintes, Gorbachev teve uma atuação política mais discreta, mas continuou opondo-se ao atual presidente russo, Vladimir Putin. A causa da morte não foi revelada. O comunicado do Hospital Clínico Central russo apenas mencionou “uma doença grave e longa”.