
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva informou, nesta quinta-feira (9/10), que o secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, já entrou em contato com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para discutirem os termos do chamado “tarifaço” americano aos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos.
Trump designou o secretário de Estado, Marco Rubio, para dar sequência às negociações. Lula afirmou:
“Talvez comece a ter conversa a partir de agora e vamos ver se a gente consegue se acertar, porque o Brasil não quer briga com os Estados Unidos.
Os Estados Unidos são uma aliança de 201 anos, é uma coisa muito forte. Então, queremos manter uma relação boa, civilizada, democrática, respeitosa sem abrir mão do nosso conceito de democracia e da nossa soberania”.
A notícia acontece três dias depois da ligação telefônica entre Lula e o mandatário dos Estados Unidos Donald Trump, em que os líderes acertaram iniciar uma negociação entre os dois países. A conversa durou 15 minutos e foi descrita por fontes do lado brasileiro como “muito boa” e “objetiva”.
Em nota divulgada hoje, o Itamaraty confirmou a conversa entre Rubio e Vieira. Os dois deverão se reunir em breve, em Washington, “para dar seguimento ao tratamento das questões econômico-comerciais entre os dois países, conforme definido pelos presidentes”. No fim da manhã, o Departamento de Estado também confirmou a conversa e o convite.
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Entenda o caso: Tarifaço contra produtos brasileiros
O tarifaço imposto ao Brasil faz parte da nova política da Casa Branca, de elevar as tarifas contra parceiros comerciais na tentativa de reverter a relativa perda de competitividade da economia dos Estados Unidos para a China nas últimas décadas.
Desde 6 de agosto, cerca de 60% dos produtos exportados aos EUA pelo Brasil, incluindo carne e café, recebem sobretaxa de 50%. Além disso, Washington impôs restrições de vistos a autoridades brasileiras e sanções financeiras da Lei Global Magnitsky contra o ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Essas sanções seriam retaliações americanas contra o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, aliado de Trump.
No final de setembro, porém, houve uma aproximação entre Lula e Trump, que se encontraram rapidamente na Assembleia da ONU (Organização das Nações Unidas) em Nova York: Na ocasião, Trump elogiou o presidente brasileiro e disse ter estabelecido uma “excelente química” com Lula.
*Com informações de Agência Brasil e UOL