O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sancionou na noite de quarta-feira (19/11) uma lei que autoriza o Departamento de Justiça a divulgar arquivos relacionados ao caso Jeffrey Epstein. O projeto foi aprovado pelo Congresso na terça-feira (18), antes de seguir para a assinatura presidencial.
Na rede Truth Social, Trump voltou a associar Epstein ao Partido Democrata. Segundo o presidente, o financista “foi democrata por toda a vida, doou milhares de dólares para políticos do Partido Democrata e tinha fortes relações com várias figuras democratas conhecidas”, entre elas, o ex-presidente Bill Clinton.
Trump afirmou ainda que, “por minha orientação, o Departamento de Justiça já entregou quase cinquenta mil páginas de documentos ao Congresso” e criticou o governo Biden. “Não se esqueçam: o governo Biden não entregou NENHUM arquivo ou página relacionada ao democrata Epstein, nem sequer falou sobre ele”, publicou.
A medida marcou uma mudança de postura. Após meses evitando se aprofundar no tema em meio ao aumento de documentos que mostram a proximidade entre ele e Epstein, Trump instruiu deputados republicanos a votarem a favor da lei, às vésperas da votação. Entre os materiais revelados recentemente, há mensagens em que Epstein menciona o então empresário, incluindo uma conversa na qual afirma que Trump passou “horas” com uma das vítimas.
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A relação entre Trump e Epstein remonta aos anos 1990, quando ambos frequentavam círculos sociais de elite em Nova York e na Flórida. Em 2002, Trump declarou à revista New York que o financista era “fantástico” e “muito divertido de se estar por perto”. Segundo ele, os dois se conheciam havia cerca de 15 anos e “dizem até que ele gosta de mulheres bonitas tanto quanto eu, e muitas delas são do tipo mais jovem”.
Epstein manteve relações com milionários de Wall Street, membros da realeza, como o príncipe Andrew e celebridades, até se declarar culpado de exploração sexual de menores em 2008. Em 2019, voltou a ser preso por novas acusações, mais de dez anos após um acordo judicial que o protegia. Foi encontrado morto na prisão pouco mais de um mês depois, em um caso oficialmente tratado como suicídio por enforcamento.
Trump havia prometido, durante a campanha, que liberaria os documentos caso retornasse à Casa Branca. Em janeiro, quando divulgou parte dos arquivos, a reação foi negativa, já que o conteúdo era amplamente conhecido. O episódio alimentou teorias de conspiração dentro de sua própria base política, a Make America Great Again (MAGA), sugerindo que ele estaria em uma lista confidencial de pessoas beneficiadas pelo esquema.
Em setembro, parlamentares democratas divulgaram uma suposta carta de Trump para Epstein. O documento já havia sido publicado pelo Wall Street Journal meses antes, mas Trump negou sua autenticidade. A peça consistia em um desenho de uma mulher nua com mensagens insinuantes, parte de um álbum de aniversário criado para Epstein em 2003.
*Com informações do G1