O advogado Felipe Braga, responsável pela defesa da médica Juliana Brasil, afirmou nesta quarta-feira (04/12) que Benício Freitas, de 6 anos, morreu por broncoaspiração, quando alimento ou líquido entra nos pulmões, durante a intubação na UTI e negou que a causa da morte do menino tenha sido pela superdosagem de adrenalina.
De acordo com o advogado, Benício seguiu para a UTI consciente, chegou a comer e conversar com os pais, o que, segundo ele, indica que não houve reação imediata após a aplicação da adrenalina.
O advogado destacou que havia mais de 12 horas entre a administração da adrenalina e o momento da morte, período em que o paciente foi monitorado, hidratado e atendido. Ele também questionou a demora na intubação, relatando que três médicos tentaram o procedimento após a meia-noite e que Benício só foi intubado por volta de 0h20.
Defesa de médica afirma que Benício morreu por broncoaspiração na UTI pic.twitter.com/u6zCRuLUfH
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Braga reforçou que, no prontuário, constava que o menino apresentava pneumonia bilateral, o que, segundo ele, também deve ser considerado nas investigações. Ele defendeu que “há outros desdobramentos” que precisam ser analisados pela perícia para determinar a real causa do óbito.
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O advogado negou que a médica tenha tentado apagar ou manipular provas. “Todas as documentações vieram do hospital. Não há nenhuma manipulação. Nada foi apagado”, disse. A defesa também afirma que ainda nem anexou seus próprios documentos ao processo.
Defesa nega que médica tentou adulterar provas após morte de Benício pic.twitter.com/wI1NGiRtQF
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Outro ponto levantado por Braga foi o sistema eletrônico usado no Hospital Santa Júlia, que, segundo ele, apresenta falhas e já foi alvo de críticas de profissionais e de contraindicação pela Anvisa. Ele citou que prescrições estariam sendo registradas com nomes trocados, o que reforçaria a necessidade de perícia no sistema.
Braga também alega o trabalho de defesa não tem qualquer intenção de confrontar a família e que se solidariza com os pais de Benício.
“É um momento de muita dor. Temos cuidado com isso”, afirmou.
Por fim, o advogado destacou que as paradas cardíacas ocorreram apenas na UTI, após tentativas de intubação, e pediu que a Polícia Civil aprofunde a investigação sobre o intervalo de mais de seis horas entre a chegada do menino ao setor e o momento em que ele morreu. Ele reafirmou que atribuir a morte exclusivamente à médica seria, neste momento, “precipitado e incompatível com as provas dos autos”.