Em meio a debates que marcaram a votação da reforma previdenciária e dividiram posições dentro da Câmara Municipal de Manaus (CMM), o vereador Amauri Gomes (UB) detalha como tem atuado nas principais disputas da Casa. Em entrevista à Rede Onda Digital, ele comenta, o que classifica como “vícios”, que identifica no processo legislativo. O suplente do União Brasil afirma que apoia abertamente a greve dos professores, defende cassações para parlamentares envolvidos em crimes e explica por que pretende manter o mandato focado em fiscalização.
Leia a entrevista completa:
Rede Onda Digital: Vereador, você chegou recentemente para a legislatura, qual legado que o senhor acredita estar deixando para Manaus nesse primeiro mandato?
Amauri Gomes: “O nosso legado nesse primeiro momento é mostrar para a população de Manaus que assim, esperança, que nem todos envolvidos na política são corruptos e que nós vamos fazer esse trabalho de fiscalização e cobrança para manter uma cidade melhor, porque é esse o nosso objetivo. Em uma sociedade justa para todos, seja ela animais e pessoas”.
Rede Onda Digital: A Câmara aprovou a reforma previdenciária sob forte debate. Como o senhor avalia o impacto dessa medida e de que forma ela foi conduzida pelo Legislativo?
Amauri Gomes: “A votação da previdência do servidor municipal foi cheia de vícios. Vícios esses que nós já estamos acostumados a ver diariamente, principalmente pela base do prefeito na Câmara Municipal de Manaus, e nós votamos contra. Porém, o nosso voto foi vencido pela quantidade. Ainda assim, não iremos desistir e vamos fazer de tudo, procurar a Justiça para que esse resultado possa ser revertido. E o prejuízo é grande para o servidor municipal, que vai precisar trabalhar cinco, sete anos a mais para corrigir um desfasamento previdenciário que não foi nem ele que causou. E sim, nós compactuamos, nós apoiamos a greve dos professores e pode ter certeza que eles têm o nosso apoio e a nossa confiança”.
Rede Onda Digital: Como tem sido essa relação dentro da Câmara e há pontos em que o senhor diverge da gestão municipal?
Amauri Gomes: “A Câmara Municipal, hoje, ela se tornou um grande escudo da Prefeitura municipal de Manaus e nós estamos nos opondo a isso, pois, não é justo com a população de Manaus, que erros aconteçam na cidade. A Câmara que deveria fiscalizar e cobrar não faz nada. Seguiremos na contramão disso”.
Rede Onda Digital: O processo que resultou na cassação do vereador Rosinaldo Bual dividiu opiniões. O senhor concorda com a decisão da Casa Legislativa?
Amauri Gomes: “A Justiça está fazendo a parte dela, a Câmara Municipal também tem que fazer a sua, abrir uma investigação e analisar a conduta do parlamentar estando em conformidade. Criminalmente o mesmo deve, sim, ser cassado e eu apoio com toda certeza. Não compacto com parlamentares que cometam crimes e saiam impunes”.
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Rede Onda Digital: O União Brasil é um dos partidos mais fortes do Estado. O senhor já pensa em disputar um novo cargo em 2026 ou pretende focar na reeleição à Câmara?
Amauri Gomes: “Nós estamos focados no mandato de momento, uma vez que há uma grande fragilidade na Câmara Municipal de Manaus quanto à fiscalização da Prefeitura de Manaus. Então, o nosso trabalho de antemão será centralizado na fiscalização da Prefeitura e tentarmos corrigir nesse tempo o maior número de erros que a Prefeitura tenha cometido nessa gestão atual”.
Rede Onda Digital: Com tantos nomes surgindo e alianças se redesenhando, qual deve ser o maior desafio para quem quiser continuar relevante na política local nos próximos anos?
Amauri Gomes: “Sobre o futuro político de cada parlamentar hoje na Câmara Municipal de Manaus, eu deixo essa análise para a população. Eles estão atentos e vendo o que cada um está fazendo. Sobre o meu futuro, continuarei com essa pegada de fiscalização, de coerência e cobrando poder executivo. E lá na frente, a população irá poder me avaliar da forma como ela desejar”.