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Amom Mandel diz que ‘o novo que faz’ vai enfrentar ‘o velho que se protege’ em 2026

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Amom Mandel diz que ‘o novo que faz’ vai enfrentar ‘o velho que se protege’ em 2026
FOTO: Assessoria.

Em entrevista exclusiva à Rede Onda Digital, o deputado federal Amom Mandel (Cidadania) destacou entregas que já viraram leis, defendeu pautas ligadas à inclusão, meio ambiente e Zona Franca de Manaus (ZFM), e avaliou o cenário político de 2026 como um embate entre renovação e velhos métodos.

O parlamentar criticou a falta de iniciativa de governos locais em temas ambientais como a COP30 e afirmou que seguirá com independência, economia de recursos e alta produtividade para influenciar a disputa eleitoral “com trabalho real, e não gritaria”.

Leia a íntegra da entrevista:

Rede Onda Digital: Você tem liderado a bancada do Amazonas em quantidade de projetos de lei apresentados, por exemplo, 84 projetos em 2023 apenas. Como você avalia o impacto real até agora dessas iniciativas, especialmente em termos de “mudança concreta” para os eleitores no Amazonas?

Amom Mandel: “Já tem quatro projetos que eu assinei ou relatei que viraram lei nacional. Isso não é promessa, é entrega. A gente conseguiu incluir doenças crônicas e autoimunes graves, como a fibromialgia, na isenção do imposto de renda. Também aprovamos o protocolo de segurança em casas de lazer para proteger mulheres e criamos um programa de apoio psicológico para quem passou por aborto espontâneo ou óbito fetal. E tem mais vindo aí: quatro projetos que eu relatei ou fui co-autor já passaram na Câmara e estão no Senado agora, como o que garante o registro da deficiência do surdo na identidade e o que cria a Semana da Saúde Mental Materna. Então, quando perguntam se meus projetos têm impacto concreto, eu respondo: já estão mudando a vida de muita gente no país inteiro. E tem mais: só a existência de certos PLs já pressiona governo e órgãos públicos a reagirem, e eu continuo fiscalizando e cobrando até virar realidade”.

Rede Onda Digital: Entre seus projetos está o PL nº 1.240/2025, no qual você foi relator, garantindo acompanhante em exame de direção para pessoas com TEA ou Síndrome de Down. Poderia explicar por que essa pauta foi relevante para você e como está o andamento dela?

Amom Mandel: “Eu sou autista. Sei o que é enfrentar um sistema que não te entende. Esse PL é sobre dignidade, não privilégio. Tá andando bem, já teve parecer favorável e apoio de parlamentares de vários partidos. E mais: já tem Detran se adaptando antes mesmo de virar lei, só pela pressão pública”.


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Rede Onda Digital: Você denunciou que capitais da Região Norte, como Manaus e Belém, descumprem a Lei nº 12.305/2010 (Política Nacional de Resíduos Sólidos), e afirmou que a COP30 poderia ter sede em Manaus. Como você vê o papel do Congresso e especificamente de sua atuação para fortalecer a política de resíduos sólidos na Amazônia?

Amom Mandel: “O Congresso precisa parar de fingir que o Norte é uma coisa simbólica. Não é. É onde a política ambiental de verdade tem que acontecer. Eu denunciei os lixões e cobrei do Governo Federal plano concreto. Também testou pressionando por investimentos em saneamento, coleta seletiva e logística reversa. Manaus virou símbolo do que não fazer, mas pode virar modelo se tiver coragem política”.

Rede Onda Digital: Você celebrou a garantia de que os incentivos fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM) não seriam afetados pelo PLP 182/2025. Há novos desafios ou riscos que você já identifica para a ZFM a médio prazo?

Amom Mandel: “Sempre tem risco. E o maior agora é a Reforma Tributária ser implementada de forma torta. A ZFM precisa ser respeitada como modelo de desenvolvimento regional, não como “favorecimento”. Eu tô de olho em todas as regulamentações. Brasília esquece a ZFM fácil. Eu não”.

Rede Onda Digital: Sobre sua menção à COP30, você afirmou que Manaus “perdeu a COP30 por falta de iniciativo” do município e do estado. Como deputado federal, que entregas você espera trazer desse tipo de participação internacional para sua base no Amazonas?

Amom Mandel: “Dinheiro, visibilidade e compromisso. Participação internacional serve para isso. Não é viagem de foto. É articulação por recursos climáticos, parcerias com ONGs, universidades, fundos ambientais. Eu quero trazer investimento pra economia verde e mostrar que o Amazonas não precisa escolher entre floresta e desenvolvimento”.

Rede Onda Digital: Como você avalia o cenário eleitoral que está se formando no Amazonas (e nacionalmente) para 2026, e de que forma pretende posicionar seu mandato de agora até lá para influenciar esse cenário?

Amom Mandel: “O Amazonas vai viver uma disputa entre o novo que faz e o velho que se protege. Nacionalmente, vai ser mais polarização, infelizmente. Meu papel é mostrar que dá pra ser disruptivo sem ser extremista. Vou seguir entregando resultado, sendo independente e mostrando trabalho real. Isso influencia mais do que gritaria”.

Rede Onda Digital: Seu mandato foi apontado como um dos mais econômicos entre os 513 deputados e com alta produtividade. Quais os principais obstáculos que encontrou até agora para manter essa linha de conduta e como pretende superá-los nos próximos dois anos?

Amom Mandel: “O maior obstáculo é o sistema inteiro que premia quem gasta mais e aparelha mais. A cultura em Brasília é: gasta tudo ou parece fraco. Eu faço o oposto. Gasto pouco, entrego muito. Para manter isso, a gente tem que trabalhar o dobro, com equipe enxuta, mas comprometida. E vou seguir assim. Porque eu não entrei para repetir o modelo que eu combato”.