O deputado federal Alberto Neto (PL-AM) afirmou, em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta segunda-feira (24), que o grupo conservador do qual faz parte, representado pela família do ex-presidente Jair Bolsonaro, enfrenta mais do que uma disputa política, está vivendo, segundo ele, uma “guerra espiritual”.
“Acabei de chegar de uma reunião do PL (realizada ontem à noite) e na fala da família Bolsonaro; do Flávio (senador), da Michelle Bolsonaro (ex-primeira-dama), no depoimento do Carlos (vereador carioca); ficou muito claro: estamos passando por uma guerra espiritual. Não é mais só política, precisamos entender isso! Dobrar os joelhos, orar pelo nosso país, pelo Bolsonaro, pelos presos políticos”, afirmou.
Alberto Neto acrescentou ainda que essa suposta guerra espiritual está configurada nos atos de exceção (do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes) e a perseguição ao ex-presidente, que está preso desde o último sábado (22) após tentar violar a tornozeleira eletrônica que lhe permitia cumprir prisão domiciliar.
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Anistia volta à pauta política
O parlamentar relatou que a reunião do PL havia sido convocada pelo presidente nacional do partido, Valdemar da Costa Neto, e destacou que a bancada da sigla na Câmara Federal saiu com duas palavras de ordem: união e anistia.
A união é para pressionar o presidente da Câmara Federal, deputado Hugo Mota (Republicanos-PB), a colocar em votação o projeto que anistia a todos os envolvidos na chamada trama golpistas e já condenados pelo STF, além dos que ainda estão em julgamento.
Embora esteja em conflito aberto contra o PT e o governo do presidente Lula, Motta resiste a embarcar neste projeto, que seria posteriormente rejeitado pelo Senado Federal. Ele prefere colocar em votação o substitutivo do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que altera tipos penais, reduz penas para certos crimes, e ficou conhecido como PEC da Dosimetria.
A proposta poderia reduzir em até 40% as penas dos envolvidos na tentativa de golpe de Estado, mas foi rejeitada pelos bolsonaristas do PL. A intenção agora é aproveitar o conflito de Mota e o Planalto e fazer andar a anistia, que criaria um fato político e levaria a pressão para o Senado.