Em entrevista à Rede Onda Digital, o vereador Capitão Carpê (PL) afirmou que trabalha para consolidar a atuação ostensiva e preventiva da Guarda Municipal de Manaus, amparada por mudanças na legislação e por decisões recentes do STF, além de defender a ampliação do efetivo por meio de concursos públicos. O parlamentar também explicou a proposta de carência de 15 minutos na Zona Azul como forma de trazer mais justiça e acessibilidade ao cidadão e se posicionou de forma contrária às sessões híbridas ou remotas na Câmara Municipal, por considerar que elas afastam a população e reduzem a transparência.
Com um mandato que ele define como independente e fiscalizador, Carpê disse que seguirá cobrando promessas da prefeitura, como a construção do hospital municipal, e não descartou disputar as eleições de 2026, ressaltando que, até lá, sua prioridade será cumprir integralmente o mandato de vereador.
Leia a entrevista à íntegra:
Rede Onda Digital – Você apresentou, entre outras proposições, um Projeto de Lei Complementar que busca regulamentar o patrulhamento ostensivo da Guarda Municipal de Manaus, permitindo atuação preventiva e permanente (art. 5º da LC 16/2021). Quais os principais desafios que essa regulamentação ainda precisa vencer na Câmara e na prática operacional para que se torne efetiva no município?
Capitão Carpê – “Sim. Os avanços que venho lutando desde quando me tornei vereador felizmente vêm acontecendo. Em 2021, mesmo busquei trabalhar na legislação municipal, proporcionando condições para que a guarda municipal de Manaus tivesse um estatuto e, agora, com o entendimento recente do STF, a possibilidade de estar armada e atuar de forma ostensiva auxiliando as forças de segurança pública policiais”.
Rede Onda Digital – Em outro âmbito, você propôs uma alteração à “Zona Azul” com carência de 15 minutos para paradas rápidas, para melhorar acessibilidade e mobilidade no centro de Manaus. Como você avalia o impacto desse projeto em termos de mobilidade urbana e o que espera que mude para o usuário comum?
Capitão Carpê – “Hoje, em shoppings que são lugares fechados, dispõem de uma carência de 15 minutos, algo que inexiste no Zona Azul. Além de usar a via pública e trazer quase nenhuma contrapartida para o cidadão, ainda tem a possibilidade de cobrar do cidadão estacionamento mesmo que ele pare por alguns minutos. Queremos, com esse projeto, pelo menos trazer um pouco de justiça para o sistema e proporcionar ao cidadão o direito de parar rapidamente em uma vaga sem ser cobrado por isso.”
Rede Onda Digital – Sobre o pleito de sessões híbridas e remotas para a CMM: recentemente tramita na Casa o Projeto de Resolução nº 020/2025 (da Mesa Diretora) que permite que vereadores participem de sessões virtuais ou híbridas em determinados casos. Qual é a sua posição sobre a iniciativa e como você acredita que ela pode afetar a transparência, o acesso popular e o controle social das atividades parlamentares?
Capitão Carpê – “O impacto é muito negativo. O vereador precisa estar diante da população e dialogar com os questionamentos, fomos eleitos para isso. As sessões remotas podem distanciar o cidadão do vereador e abrir margem para menos transparência com relação ao trabalho dos parlamentares, o que, no geral, é muito ruim, por isso, sou contra”.
Saiba mais:
Rede Onda Digital – Ainda sobre o regimento interno da CMM: há críticas de que a proposta de sessões remotas pode enfraquecer o regime presencial e o vínculo direto com a população. Como você vê esse debate e quais salvaguardas devem existir para que o regimento preserve a participação cidadã e o controle público?
Capitão Carpê – “Se as sessões serão em algum momento remotas, precisa ser discutida a participação popular nisso. Acredito que projetos que impactem determinadas categorias precisam de escuta para com os representantes da sociedade e permitir que a população exerça sua participação nessas sessões”.
Rede Onda Digital – Em termos de fiscalização e atuação parlamentar, você já declarou que seu mandato tem uma postura independente e fiscalizadora, incluindo posicionamentos de aparente oposição ao Executivo municipal, por exemplo, quanto ao endividamento do município. Como você equilibra esse papel de fiscalização com a articulação política necessária para aprovar projetos, obter apoio e agir de fato em benefício da população?
Capitão Carpê – “Acredito que tudo precise, antes de tudo, de respeito. Apesar de ser opositor, nunca desrespeitei os demais vereadores, mas também nunca abri mão de ser firme naquilo que é crítico para a população. É claro que projetos de fiscalização e transparência incomodam a atual gestão, mas eu sigo defendendo aquilo que entendo ser o melhor para a cidade e buscando aprovar o que for possível entre os vereadores”.
Rede Onda Digital – Sobre seu mandato e planos de atuação: considerando que você foi diplomado para o segundo mandato (2025-2028) na CMM. Quais são as três prioridades legislativas que você gostaria de entregar ou ver concluídas nesse próximo mandato, e em que prazo você acredita que poderão estar encaminhadas?
Capitão Carpê – “Uma das atribuições que o vereador exerce é fiscalizar a execução das promessas do prefeito. Portanto, gostaria de continuar cobrando da Prefeitura a realização de concursos, como a ampliação da Guarda Municipal, e a construção do hospital municipal, que até agora não iniciou. No meu mandato, pretendo continuar fiscalizando as mais diversas áreas, principalmente as que são críticas para a população, e cobrando melhorias”.
Rede Onda Digital – E quanto às eleições de 2026: já há notícias de que você estuda disputar uma vaga na Assembleia Legislativa do Amazonas ou para deputado estadual/federal. Você confirma essa pretensão? Se sim, de que forma pretende conciliar sua atuação como vereador até 2028 com essa perspectiva eleitoral em 2026?
Capitão Carpê – “Faltam alguns meses para o próximo pleito e estou focado em honrar os votos que recebi para vereador. Quanto ao ano que vem, é possível que eu me coloque à disposição para ampliar esse trabalho de independência e fiscalização para o Amazonas, atuando especificamente no fortalecimento das forças de segurança pública, de onde sou oriundo. Para mim, será muito tranquilo conciliar tudo isso: meus deveres como vereador sempre virão antes de qualquer outro compromisso político ou eleitoral”.