A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) protocolou, neste domingo (23/11), uma notícia-crime no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG). O documento foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes.
Segundo Hilton, há indícios de que Nikolas violou medidas cautelares impostas pelo STF durante visita realizada na sexta-feira (21/11) ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), então em prisão domiciliar.
A deputada afirma que o parlamentar utilizou o celular ao longo do encontro e conversou com Bolsonaro enquanto segurava o aparelho, o que configuraria descumprimento da determinação que proibia o ex-presidente de ter acesso a dispositivos de comunicação.
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Em nota, a equipe de Nikolas Ferreira declarou que “não houve comunicação prévia de qualquer restrição ao uso de celulares”, nem por parte do Judiciário nem dos agentes responsáveis pela fiscalização da visita.
“Sem comunicação oficial, não existe como alegar descumprimento”, afirmou o parlamentar, acrescentando que não teve intenção de violar qualquer decisão judicial.
Hilton sustenta que o uso do aparelho pode estar relacionado à sequência de acontecimentos que culminaram na prisão preventiva de Bolsonaro, incluindo a vigília convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e a tentativa do ex-presidente de violar a tornozeleira eletrônica.
No documento, a deputada aponta “fortes indícios” de que Nikolas possa ter atuado na articulação prévia à tentativa de fuga. Ela afirma que o parlamentar poderia ter transmitido instruções, oferecendo meios tecnológicos, combinado estratégias de evasão ou realizado gravações indevidas durante a conversa.
A notícia-crime pede a expedição de mandado de busca e apreensão do celular de Nikolas Ferreira, além da oitiva do deputado e dos agentes que acompanharam a visita. Hilton solicita ainda que Moraes adote as medidas cautelares necessárias para aprofundar a investigação.
*Com informações da CNN Brasil.