O ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, preso na sexta (26/12) após fugir do Brasil rumo ao Paraguai, já foi expulso do país e entregue às autoridades brasileiras. Ele passou a noite na sede da Polícia Federal em Foz do Iguaçu, e deverá ser encaminhado ao Distrito Federal ainda neste sábado.
Foi revelado que Silvinei levava, ao ser preso pelas autoridades aeroportuárias, uma declaração médica em que afirma ser portador de um câncer cerebral agressivo e declara não conseguir falar nem ouvir.
No documento, redigido em espanhol, Vasques afirma ter diagnóstico de glioblastoma multiforme grau IV, um tipo de câncer localizado no cérebro, de prognóstico considerado grave. Segundo o texto, a doença o impediria de se comunicar verbalmente e de compreender instruções orais, razão pela qual solicita que toda comunicação com autoridades seja feita por escrito.
“Não posso responder perguntas de forma falada. Se necessário, a comunicação pode ser feita por escrito”, dizia a carta.
Ele relata ter realizado sessões de radioterapia e quimioterapia em dezembro de 2025, em Foz do Iguaçu (PR), tratamento que teria causado lesões na região do crânio como efeito colateral da exposição à radiação. Ele também dizia estar viajando para fazer um procedimento de radiocirurgia.
Veja imagem da carta abaixo:

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O ex-diretor-geral da PRF foi preso preventivamente por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após a Polícia Federal apontar indícios de fuga. Segundo a PF, Silvinei teria violado sua tornozeleira eletrônica e alugado um carro para empreender uma fuga. Seu objetivo seria alcançar El Salvador pelo Paraguai.
Na semana passada, Silvinei foi condenado a 24 anos e seis meses de prisão pela Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) por participação em tentativa de golpe de Estado. Ainda cabe recurso, por isso o ex-diretor aguardava em liberdade.
Silvinei Vasques era diretor da PRF durante o governo Bolsonaro e as eleições de 2022, e a conduta da organização foi bastante contestada no dia da eleição, com blitzes aleatórias sendo realizadas em cidades do Nordeste do Brasil onde o então candidato Lula supostamente tinha maioria nas pesquisas.
*Com informações de UOL