
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira (15/10) retome as investigações sobre uma possível interferência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na Polícia Federal (PF) durante o seu mandato na presidência da República entre 2019 a 2022.
O caso teve início em 2020, após o então ministro da Justiça Sergio Moro, hoje senador (União-PR), acusar Bolsonaro de tentar influenciar o comando da corporação. Em resposta, o ex-presidente afirmou que o ministro cometeu denunciação caluniosa.
A PF concluiu o inquérito sem identificar indícios de crime, e o então procurador-geral Augusto Aras pediu o arquivamento. No entanto, o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, questionou em maio de 2024 se o atual procurador-geral, Paulo Gonet, manteria essa posição.
Em novo parecer, a PGR defendeu que o caso seja reaberto para analisar mais amplamente possíveis interferências de Bolsonaro em investigações citadas por Moro. O órgão pede que a PF verifique eventuais ligações entre essas ações e outras apurações que investigam uma organização criminosa acusada de ataques a autoridades, disseminação de fake news e uso irregular de estruturas do Estado, como a ABIN e o GSI.
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As acusações de Moro foram apresentadas em abril de 2020, quando ele deixou o governo alegando que Bolsonaro tentava influenciar investigações que envolviam familiares. O então ministro do STF Celso de Mello foi o relator inicial do caso e autorizou a abertura da apuração.
Um dos episódios centrais foi a exoneração de Mauricio Valeixo, então diretor-geral da PF e aliado de Moro. O ex-ministro afirmou que Bolsonaro desejava trocar o comando da corporação para ter acesso a informações sigilosas.
Bolsonaro negou as acusações, afirmando que suas declarações foram mal interpretadas e que sua preocupação era a segurança pessoal da família, não o andamento de inquéritos.
Poucos dias após a saída de Moro, Bolsonaro nomeou Alexandre Ramagem, próximo à família, para chefiar a PF. A nomeação, porém, foi suspensa por Moraes, que apontou indícios de desvio de finalidade na escolha.
*Com informações do G1.