Durante protestos de professores da rede municipal de ensino em frente à Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesta quinta-feira (13/11), o vereador Rodrigo Guedes (PP) criticou duramente a aprovação em primeiro turno da Reforma da Previdência Municipal, classificando o processo como uma “manobra escória” e “jogo sujo”.
Segundo o parlamentar, a base governista teria usado artifícios para impedir que vereadores da oposição apresentassem pedido de vistas ao projeto antes da votação.
“Eles fizeram uma manobra escória alegando que tinham pedido vistas para não permitir que nenhum vereador que não fosse da base pedisse vistas. Só que eu estou aqui com os documentos: foi recebido sem horário, primeiro que não poderia ser recebido de forma física, tem que ser no sistema”, denunciou Guedes em declaração à Rede Onda Digital.
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O vereador afirmou ainda que solicitou as imagens das câmeras de segurança da Câmara para verificar se o pedido de vistas realmente ocorreu.
“Na hora em que estava sendo votado, não havia nenhum registro de pedido de vista. Então foi uma manobra sórdida para aprovar em primeiro turno”, completou.
Guedes fez um apelo à população manauara para acompanhar e pressionar os vereadores na votação em segundo turno, que ainda será realizada.
“Essa luta não pode ser somente do servidor público, mas de toda a população, porque quando eles querem aprovar um projeto jogando sujo, usando estratégias vis e ilegais, afeta toda a sociedade, afeta o Estado democrático de direito”, afirmou.
A Reforma da Previdência, alvo de intensos protestos do funcionalismo municipal, segue agora para nova análise em plenário. De acordo com Guedes, a votação em segundo turno deve ocorrer na próxima semana, enquanto o projeto de emenda à Lei Orgânica poderá ser apreciado apenas após o intervalo regimental de dez dias.
“Eles podem colocar os dois de forma separada ou no mesmo dia, tudo vai depender de como bolam as estratégias, aquelas estratégias feitas nos porões, na calada da noite”, finalizou o vereador.
Veja:
Manifesto
O projeto de Reforma da Previdência Municipal tem sido alvo de críticas de sindicatos e servidores, especialmente do setor da Educação, que tem realizado manifestações contra as mudanças nas regras de aposentadoria. Nesta quinta-feira, os professores voltaram a protestar em frente à CMM, pedindo que os vereadores rejeitem a proposta em definitivo.
Eles levaram caixões feitos de papelão, classificando o projeto de lei como “PL da Morte”, uma vez que este retarda o tempo de trabalho para homens e mulheres.
Segundo o Projeto de Lei Complementar 08/2025 de autoria do Executivo Municipal, a idade mínima para aposentadoria sobe de 55 anos para 62 anos no caso das mulheres, e de 60 anos para 65 anos para os homens. Além disso, o tempo mínimo para contribuição exigido passa a ser de 25 anos, o que deve retardar a saída de milhares de servidores que hoje planejam se aposentar.