Durante entrevista ao Foco no Fato, o vereador Rodrigo Sá (PP) comentou sobre a polêmica aprovação da reforma da Previdência municipal, na Câmara Municipal de Manaus (CMM), e afirmou que seu voto favorável ao projeto foi resultado de um “convencimento técnico”, apesar de reconhecer o desgaste político e o impacto direto na categoria dos professores.
Segundo o parlamentar, o texto chegou à Casa Legislativa, “de maneira muito rápida”, sem tempo adequado para análise inicial.
“Eu cheguei a votar pela retirada do projeto, tão logo ele chegou na Casa. Não concordei com a forma como tramitou. A matéria é densa e complexa, exige conhecimento técnico, e a audiência pública de três horas não aprofunda tudo que precisa ser debatido”, afirmou.
Sá explicou que só mudou de posição após discutir emendas apresentadas por outros vereadores e após reuniões técnicas com a Prefeitura. Ele citou, inclusive, conversas com os vereadores Paulo Tyrone (PMB), Diego Afonso (UB) e parlamentares da base, que argumentaram sobre regras de transição que, segundo ele, “minimizam os impactos” para quem já está na ativa.
O vereador reconheceu a insatisfação dos professores, que foram às ruas contra o aumento da idade mínima, sete anos para mulheres e cinco para homens, previsto na proposta.
“É compreensível a revolta da categoria. Se você olha de imediato o aumento de idade, o impacto parece muito ruim. Por isso, votei pela retirada no início. Depois, com mais tempo, a gente conseguiu se debruçar sobre o texto”, afirmou.
Sá ainda destacou que ele próprio, como servidor público desde os anos 2000, já foi atingido por diversas reformas previdenciárias.
“Passei pela de 2003, pela de 2019, por reformas estaduais. Nunca ofendi ninguém por isso. Fiquei resignado, mas entendi que, em algum momento, aquilo foi importante”, frisou.
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O vereador insistiu que não vê intenção da Prefeitura em prejudicar servidores, apesar de reafirmar que continuará sendo oposição a gestão de David Almeida (Avante).
“Ninguém faz reforma porque quer. Não existe ganho para o prefeito nisso. A Prefeitura, inclusive, vai pagar mais: a contribuição patronal sobe de 24% para 28%. Meu voto não muda minha postura de oposição. Foi um voto técnico”, declarou.
Rodrigo Sá encerrou dizendo que a aprovação era necessária para evitar problemas já no curto prazo.
“Se nós não fizéssemos esse projeto agora, fatalmente teríamos dificuldades em breve. A política exige medidas impopulares, e essa foi uma delas. Mas é para garantir o equilíbrio atuarial, financeiro e a capacidade de pagar os servidores nos próximos anos”, declarou.
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