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Data centers no espaço: Empresas planejam levar armazenamento de dados para a órbita da Terra

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Data centers no espaço: Empresas planejam levar armazenamento de dados para a órbita da Terra
Starcloud planeja lançar ao espaço data centers com placas solares de 4 km por 4 km (largura e comprimento) [Foto: Divulgação/Starcloud].

Os arquivos que guardamos na “nuvem” ficam, na verdade, em locais físicos ao redor do planeta, os chamados data centers, enormes centrais de processamento espalhados pelo mundo. Mas, no futuro, parte dessas informações poderá ser armazenada no espaço.

Empresas estão dando os primeiros passos para levar ao espaço foguetes com equipamentos poderosos e dispensar data centers gigantes na Terra. Elas alegam que a alternativa é mais barata e menos prejudicial ao meio ambiente. No entanto, ainda há dúvidas sobre a viabilidade econômica desses projetos.

Uma dessas empresas é a Starcloud, que pretende construir estruturas de data centers e “alugar” a capacidade para clientes que buscam processamento avançado de dados. É o caso de empresas que desenvolvem modelos de inteligência artificial.

Nesse modelo, está prevista a criação de data centers que funcionam como módulos do tamanho de contêineres. Eles serão lançados separadamente e se conectarão no espaço por uma peça maior, que funcionará como um eixo.

A principal aposta da empresa é um data center com 5 gigawatts de potência, que permitiria enorme capacidade de processamento.

O data center de 5 gigawatts da Starcloud seria alimentado por uma enorme “malha” de painéis solares com 4 km de largura e 4 km de comprimento, mas não deve ficar pronto antes da próxima década. Até lá, a empresa planeja lançar data centers menores que ficarão de 350 km a 1.200 km de distância da Terra, a mesma faixa dos satélites de internet Starlink, do bilionário Elon Musk, e da Estação Espacial Internacional.

Antes do seu principal data center, a Starcloud enviará protótipos, sendo o primeiro deles com 1 kilowatt (ou 0,001 megawatt) de potência. Ele poderá ser lançado já em novembro e se tornar o primeiro equipamento no espaço a usar o poderoso chip H100, da Nvidia.

O protótipo tem a capacidade reduzida se comparada a data centers na Terra, mas o objetivo é que esta missão seja um teste para demonstrar que é possível usar o H100 no espaço.


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Já a empresa Lonestar é focada no armazenamento de informações críticas, uma finalidade que não exige latências tão baixas. Por isso, a empresa pretende operar seu satélite mais longe da Terra.

A Lonestar já mandou seu primeiro data center ao espaço em março, também como protótipo. Com o tamanho de um notebook, o equipamento tem 8 terabytes de armazenamento.

Mais uma vez, o foco não estava na capacidade, e sim em provar que ele poderia funcionar no espaço. Segundo a empresa, o data center se mostrou viável.

A empresa espera aumentar a capacidade de forma significativa já em 2026: a meta é lançar um data center de 15 petabytes, isto é, mais de 1.800 vezes maior do que o primeiro protótipo. Em 2027, o plano é enviar um data center de 30 petabytes e, em uma futura etapa, um de 60 petabytes.

As empresas alegam que, no espaço, os data centers terão mais oferta de luz solar, convertida em energia, e não dependeriam da disponibilidade de terrenos em solo para serem construídos. Elas alegam ainda que podem usar radiadores para dissipar o calor no espaço, em vez de evaporar milhões de litros de água, como acontece na Terra. Processadores de IA, por exemplo, têm sido alvo de críticas de ambientalistas pelo grande uso de água utilizada para o seu funcionamento.

*Com informações de G1