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Agora imortal, Milton Hatoum lança em Manaus, neste domingo, a Dança de Enganos

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Agora imortal, Milton Hatoum lança em Manaus, neste domingo, a Dança de Enganos
(Foto: Reprodução)

Pela primeira vez desde que foi eleito para a  Academia Brasileira de Letras (ABL), em agosto deste ano, o escritor Milton Hatoum estará em Manaus, neste domingo (14), para uma seção de lançamento dos livros “Dança de Enganos” e “A natureza como ficção”, na livraria Valer Teatro a partir das 10h.

Milton Hatoum é o primeiro amazonense a integrar a ABL, onde assumirá a cadeira de número 6, que era ocupada pelo escritor e jornalista Cícero Sandroni e cujo patrono é o poeta Casimiro de Abreu.

A presença dele na capital do Amazonas tem um valor simbólico especial. Nascido em Manaus, o autor construiu grande parte de sua trajetória literária a partir das memórias, paisagens e tensões culturais da cidade e da região amazônica. Sua obra transforma a Amazônia em espaço humano e histórico, distante de visões folclóricas ou exóticas.

Hatoum conta que viveu os primeiros 15 anos da vida dele em Manaus e só saiu para viver e estudar em Brasília, onde formou-se em Arquitetura pela Universidade de Brasília, para onde também foi o cineasta Aurélio Michiles. Após morar em Brasília, a trajetória literária o levou a Santos, Espanha, Paris e agora São Paulo, cidades que são “personagens” do livro Dança dos Enganos.

Entre a troca de uma cidade por outra, Milton Hatoum viveu outros 12 anos em Manaus, onde foi professor do curso de Letras da Universidade Federal do Amazonas (Ufam).


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Cotado para o prêmio Nobel de Literatura

Às vésperas do anúncio do Prêmio Nobel de Literatura deste ano, o nome de Hatoum chegou a circular entre as previsões da Academia Sueca. No Brasil, Hatoum diz que ficou surpreso, mas sem ilusões, pois muitos e melhores escritores brasileiros sequer foram considerados para este prêmio, como Guimarães Rosa, Carlos Drummond de Andrade e Clarice Lispector.

O livro que ele apresentará na Valer Teatro, neste domingo, Dança de Enganos, publicado pela Companhia das Letras, encerra a trilogia “Um lugar mais sombrio”, iniciada por A Noite da Espera (2017) e seguida por Pontos de Fuga (2019). A narrativa acompanha Lina, que decide escrever sobre o passado e sobre a distância que a separa do filho. Ao reconstruir suas lembranças, ela revisita afetos, ausências e contradições que atravessam sua trajetória.

Memória, conflitos familiares e autoritarismo,  temas tratados nessa trilogia, que ele começou a escrever em 2007, são constantes na trajetória literária de Milton Hatoum e estiveram presentes no livro de estreia, Relatos de um Certo Oriente (1989), Dois Irmãos (2000), Cinzas do Norte (2005) e Órfãos do Eldorado (2008).