Um “racha” entre os veículos Polo e Amarok foi, segundo testemunhas ouvidas pela Polícia Militar, a origem do grave acidente, ocorrido na tarde deste domingo (16/11), na avenida do Turismo, que deixou duas pessoas mortas e outras cinco feridas. O motorista da Amarok, cuja identidade não foi revelada, está preso no 19º Distrito Integrado de Polícia.
De acordo com o relato ouvido pelos policiais militares, a Amarok e o Polo disputavam um racha na pista, no sentido Ponta Negra-Bairro, quando o motorista da picape, identificado apenas como Luiz, perdeu o controle do veículo e bateu no terceiro veículo envolvido, um Siena vermelho.
A violência da batida fez o motorista do Siena perder o controle, colidir com um poste do canteiro central, capotar e cair na pista contraria (Bairro-Ponta Negra).O motorista, identificado como Odorico Freitas, ficou preso nas ferragens e morreu antes de ser retirado do carro pela equipe do Corpo de Bombeiros.
A filha dele, que havia feito a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), sobreviveu a batida, mas teve que ser encaminhada ao Hospital e Pronto-socorro 28 de agosto.
A segunda vítima fatal é uma jovem de 18 anos identificada como Yasmim Ferreira, que estava no banco do passageiro do Polo, que também foi atingido pela Amarok e capotou na pista. Ela foi lançada para fora do veículo e morreu na hora, conforme o relato das testemunhas.
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Racha é crime
As corridas clandestinas, como as disputadas pelos motoristas do Polo e da picape Amarok, na tarde deste domingo, são práticas proibidas pelo Código de Trânsito Brasileiro e quando resultam em morte os responsáveis são tratado como criminosos comuns e sujeitos a penas restritivas de liberdade.
Conforme o Observatório de Trânsito, rachas seguem sendo uma prática comum em grandes cidades apesar da fiscalização constante. As corridas ocorrem em avenidas largas e trechos isolados durante a madrugada. Grupos se reúnem por mensagens privadas e fecham pistas de forma improvisada.
A prática causa riscos imediatos para motoristas, pedestres e moradores da região. A polícia costuma dispersar os encontros com abordagens rápidas e apreensão de veículos. Mesmo assim os grupos se reorganizam em novos pontos e repetem o padrão de disputa.
A legislação trata o racha como crime de trânsito e prevê multa, detenção e suspensão da carteira de habilitação. A reincidência é comum e mantém o ciclo de encontros clandestinos em espaços públicos.