A 30ª Conferência das Partes das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP30) começa, na próxima segunda-feira (10/11), em Belém do Pará, com a expectativa de atrair mais de 50 mil visitantes até o encerramento, que será no dia 21, com a assinatura pelos líderes mundiais da Carta de Belém. Mas o que será realmente discutido e o que o Brasil deseja dessa COP?
Para começar é preciso entender que existe a COP oficial, dos países, da ONU e dos líderes, e a COP popular, que reúne ativistas, organizações não-governamentais e a iniciativa privada. Em Belém estima-se que a COP oficial, ou Família COP como a ONU trata, reunirá aproximadamente sete mil “servidores públicos” dos mais de 190 países confirmados no evento. Países “negacionistas” das mudanças climáticas, como Estados Unidos e Argentina, decidiram não enviar representantes.
Estes sete mil servidores públicos são funcionários governamentais, parlamentares e chefes de Estado, como o príncipe William, que representará o rei Charles III como o nome do Reino Unido, ou de governo, caso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Esse público formado por representantes governamentais vai se reunir em diferentes níveis hierárquicos e decisórios, mas para debates e apresentação de soluções sobre os mesmos eixos temáticos. Vale destacar que os debates e acordos firmados nos níveis inferiores precisam ser referendados pelo nível máximo, que é o encontro de líderes dos países.
Assim, o que o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e seus congêneres dos demais países decidirem – ou encaminharem – terá de ser rediscutido e referendado pelos líderes, reis, rainhas, primeiros-ministros e presidentes.
Os eixos temáticos que vão orientar todo esse debate são:
- Transição nos setores de energia, indústria e transporte;
- Gestão sustentável de florestas, oceanos e biodiversidade;
- Transformação da agricultura e sistemas alimentares;
- Construção de cidades mais preparadas para riscos ambientais;
- Promoção do desenvolvimento humano e social;
- Catalisadores e Aceleradores, incluindo Financiamento, Tecnologia e Capacitação (eixo transversal).
Saiba mais:
Quinto Constitucional: Campanha para desembargador tem regras mais rígidas que eleição geral
Sem amazonenses, CPI do Crime Organizado será instalada nesta terça-feira (4/11)
Governo brasileiro muda de postura
Como anfitrião do evento, o maior já realizado pela ONU, o Brasil terá uma posição diferente da adotada em outras COPs, pois agora atuará como uma espécie de “magistrado’ das questões colocadas pelos outros países. Ao trazer a COP para a Amazônia, a meta do Governo Brasileiro era mostrar que o País está fazendo a parte dele, mas precisa de apoio e recursos dos países ricos para seguir garantindo a integridade da floresta Amazônica e a missão dela de reguladora do clima mundial.
Assim, a delegação brasileira estabeleceu algumas metas e objetivos a serem perseguidos durante a COP30. A saber:
- Valorizar a Amazônia como solução climática;
- Garantir financiamento justo para países em desenvolvimento;
- Promover transições justas e inclusivas;
- Integrar clima, biodiversidade e justiça social.
Segundo o embaixador André Corrêa do Lago, recuperar florestas pode reduzir gases do efeito estufa e trazer ecossistemas de volta à vida.
“As florestas podem nos fazer ganhar tempo na ação climática durante uma janela de oportunidade que se está fechando”, declara o presidente da COP30.