
No coração da Amazônia equatoriana, um hotel ecológico está revolucionando a maneira como os visitantes interagem com a floresta tropical. O Sacha Lodge, uma reserva ecológica particular com 26 quartos, criou um guindaste de dossel exclusivo que permite uma observação dinâmica da floresta, oferecendo aos turistas uma visão panorâmica da biodiversidade sem exigir esforço físico. Diferente das tradicionais passarelas fixas, o guindaste é capaz de girar em torno das copas das árvores, permitindo acesso rápido e confortável a diferentes pontos da floresta.
Como chegar ao guindaste?
Para chegar ao guindaste, os visitantes devem embarcar em uma verdadeira expedição pela selva. A jornada começa em Quito, de onde um voo de meia hora leva os viajantes até a cidade de Coca, na borda da floresta tropical. De lá, a aventura continua com uma canoagem de duas horas e meia pelo rio Napo, seguida por mais 20 minutos de navegação por um lago, onde a vida selvagem, como lontras e jacarés, pode ser observada. Finalmente, uma caminhada de 15 minutos pela trilha da floresta leva os turistas até a base do guindaste, que desliza por mais de 5 mil metros quadrados de floresta, oferecendo uma perspectiva única da fauna e flora amazônicas.
O que se pode ver do guindaste?
Localizado dentro da Reserva da Biosfera Yasuní, patrimônio da UNESCO, o Sacha Lodge está imerso em uma das regiões com maior biodiversidade do planeta. Com mais de 1,6 milhão de hectares de floresta, a reserva abriga um número impressionante de espécies: cerca de 600 espécies de aves foram registradas apenas na área do lodge, o que representa cerca de 7% de todas as aves do mundo.

O guindaste proporciona uma visão privilegiada desse ecossistema riquíssimo, levando os visitantes a até 42 metros de altura, onde é possível observar as diversas camadas da floresta e suas comunidades de vida selvagem.
Dorssel
A camada do dossel, situada no topo das árvores, é um mundo à parte, repleto de vida e comportamentos únicos. De cima, a floresta se apresenta como uma manta contínua, mas, na realidade, é composta por uma infinidade de microhabitats que abrigam diferentes espécies de fauna e flora.
“Cada árvore gigante é como uma ilha em um oceano de árvores”, explica a bióloga Nalini Nadkarni. Essa diversidade de vida, observada de maneira tão exclusiva, revela uma parte crucial do ecossistema da floresta, onde cada árvore desempenha um papel fundamental no equilíbrio ambiental.
Além de fascinar os visitantes, o dossel guarda segredos vitais para a preservação do planeta. Muitos dos processos ecológicos essenciais, como a absorção de carbono, acontecem nas camadas superiores da floresta. A pesquisa sobre esses ecossistemas, por meio de guindastes e outras ferramentas, é crucial para compreender como as árvores lidam com mudanças climáticas, estresses ambientais e como podem ajudar a mitigar os efeitos do aquecimento global.
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O guindaste e a pesquisa científica
Embora o guindaste ofereça uma experiência única para os turistas, seu papel vai além do lazer. Ele se alinha aos esforços globais para entender e proteger os ecossistemas da Amazônia, que são fundamentais para a saúde do planeta. Segundo um estudo de 2022, a Amazônia absorve um quarto do dióxido de carbono capturado pelas florestas terrestres do mundo. No entanto, devido ao desmatamento, a floresta tem reduzido sua capacidade de absorver CO2 em cerca de 30% desde a década de 1990. Ferramentas como o guindaste de dossel não só promovem a conscientização, mas também contribuem para pesquisas cruciais sobre a preservação do meio ambiente e a mitigação dos impactos das mudanças climáticas.
*com informações do National Geographic Brasil