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PIB desacelera e cresce 1,8% em um ano, menor avanço desde a pandemia

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PIB desacelera e cresce 1,8% em um ano, menor avanço desde a pandemia
Setor de Agropecuária no Brasil (Foto: Reuters).

A economia brasileira desacelerou e cresceu 1,8% no terceiro trimestre de 2025, na comparação com o mesmo período do ano passado, segundo dados apresentados nesta quinta (4/12) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Apesar de positiva, a variação corresponde ao menor avanço anual para o intervalo entre julho e setembro desde a pandemia da Covid-19.

O PIB é a soma de bens e serviços finais produzidos no país. Em relação ao segundo trimestre do ano, ele ficou praticamente estável e aumentou 0,1%, menor variação no intervalo desde 2021. O resultado foi influenciado pelo avanço de somente 0,1% dos serviços, setor mais importante para a economia nacional.

O avanço representa uma desaceleração após a alta de 2,2% registrada entre os meses de abril e junho. Além disso, a alta na comparação com o mesmo período do ano anterior é menor para o terceiro trimestre desde 2020 (-3%), quando a economia enfrentava os impactos da pandemia.

A desaceleração é tendência iniciada há um ano. Na comparação entre todos os trimestres, a alta anual apurada entre julho e setembro é a menor desde o primeiro trimestre de 2022 (1,5%). No mesmo período do ano passado, o último antes do início da perda de ritmo do PIB, a alta contabilizada alcançou 4%.

Mesmo assim, o PIB nacional avança pelo 19º trimestre seguido. A última queda anualizada (comparada ao mesmo período do ano anterior) da economia brasileira foi apurada no último trimestre de 2020 (-0,3%). Na ocasião, as economias do mundo sofriam com os efeitos da pandemia decretada no início daquele ano.


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Em valores correntes, o PIB somou R$ 3,2 trilhões. O resultado da soma de bens e serviços finais produzidos no país ao longo do terceiro trimestre é composto por R$ 2,77 trilhões de VA (Valor Adicionado) a preços básicos e R$ 449,3 bilhões de impostos sobre produtos líquidos de subsídios.

Sob a ótica da demanda interna, o consumo das famílias cresceu 0,4%. O consumo do governo, por sua vez, cresceu 1,8% em relação ao terceiro trimestre do ano passado.

Exportações e importações de bens e serviços também crescem. Os aumentos registrados na comparação anual foram de, respectivamente, 7,2% e 2,2%. Entre as vendas para o exterior, os destaques partiram da extração de petróleo e gás e veículos automotores. Do lado das importações, os aumentos foram observados na extração de minerais não-metálicos, produtos químicos, outros equipamentos de transportes e máquinas e equipamentos.

A agropecuária cresceu 10,1% em relação ao mesmo período de 2024. O desempenho positivo foi influenciado pelas safras significativas de milho (23,5%), laranja (13,5%), algodão (10,6%) e trigo (4,5%). Por outro lado, houve recuo na cultura de cana-de-açúcar (-1%). Na comparação com o período entre abril e junho, o avanço do segmento foi de 0,4%.

A Produção industrial contabilizou alta de 1,3% na comparação anual. O destaque do setor ficou por conta do avanço de 11,9% das indústrias extrativas, desempenho puxado pelo aumento da extração de petróleo e gás. A construção cresceu 2% com o aumento da ocupação e da massa salarial da população.

E no setor de serviços, a alta anual contabilizada foi de 1,7%. A variação para a atividade responsável por cerca de 70% do PIB nacional é a menor em todos os períodos desde o primeiro trimestre de 2021 (-0,5%). Segundo o IBGE, a desaceleração ocorreu com os resultados positivos em Informação e comunicação (5,3%), transporte, armazenagem e correio (4,2%), atividades imobiliárias (2%), outras atividades de serviços (1,1%), comércio (0,9%), atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados (0,4%) e administração, defesa, saúde e educação públicas e seguridade social (0,3%).

*Com informações de UOL