
A líder da oposição na Venezuela e vencedora do Nobel da Paz, María Corina Machado, afirmou nesta sexta (17/10) que o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deve dizer ao colega venezuelano Nicolás Maduro que “chegou a sua hora de ir embora”. Corina é opositora de Maduro e foi reconhecida pelo comitê do Nobel “por seus esforços persistentes em favor da restauração pacífica da democracia e dos direitos humanos na Venezuela”.
Ao jornal Folha de S. Paulo, ela afirmou que, se Lula quiser ajudar na “transição pacífica da ditadura para a democracia”, seria necessário cortar laços com o líder venezuelano. Corina disse:
“Acho que, neste momento, apesar das diferenças evidentes que surgiram entre o governo do Brasil e Nicolás Maduro —porque é claro que ele ultrapassou todos os limites, rompendo até antigas alianças—, ainda existem canais. Seria muito útil que o presidente Lula, assim como os demais chefes de Estado do continente, enviasse uma mensagem clara a Maduro: ‘Chegou a sua hora de ir embora. Acabou. Vá, para o seu próprio bem, Maduro. Aceite isso'”.
A vencedora do Nobel sinaliza que uma mensagem de Lula em condenação ao regime de Maduro fortaleceria a integração territorial sul-americana. “Uma vez que o Brasil representa um papel diplomático fundamental no continente”.
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Na entrevista, Corina Machado também fez acenos ao presidente americano Donald Trump e disse que apoia a ação naval dos EUA próxima ao litoral da Venezuela. Ela afirmou:
“Este reconhecimento da luta de todos os venezuelanos é um impulso para concluir nossa tarefa: conquistar a liberdade. Estamos no limiar da vitória e hoje, mais do que nunca, contamos com o presidente Trump, o povo dos Estados Unidos, os povos da América Latina e as nações democráticas do mundo como nossos principais aliados para alcançar a liberdade e a democracia”.
María Corina Machado vive escondida na Venezuela por se opor ao regime de Maduro. Ela apoiou o candidato Edmundo González na eleição para presidente em 2024, e alega que ele venceu o pleito. O órgão eleitoral venezuelano, no entanto, confirmou a reeleição de Maduro em resultado que foi amplamente contestado e que não foi reconhecido por vários países.
*Com informações de Metrópoles