O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta segunda-feira (24/11) que o Brasil não aceitará o papel de mero exportador de minerais críticos e que países interessados nesses recursos terão que desenvolver indústria em território brasileiro. A declaração foi feita durante um fórum em Maputo, capital de Moçambique.
Lula afirmou ser urgente que as nações que possuem tais recursos definam seus próprios modelos de exploração. Para ele, é preciso evitar que o país repita ciclos históricos de extração que enriquecem o mercado externo e pouco retornam à população brasileira.
“Ou nós aproveitamos essas riquezas que Deus nos deu e transformamos em riqueza para o nosso povo, ou vamos ver os países de sempre cavarem buraco no nosso país, levarem o nosso minério e deixarem a fome e pobreza”, declarou.
Os minerais críticos são considerados estratégicos para a economia global, essenciais para a fabricação de baterias, turbinas eólicas, painéis solares e diversos eletrônicos. O setor de energia foi responsável por 85% do crescimento da demanda por esses insumos em 2024, segundo dados do governo brasileiro. Países como os Estados Unidos têm grande interesse nas reservas brasileiras.
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O presidente enxerga a discussão em torno dos minerais críticos como uma pauta de soberania. Segundo ele, a posição de uma nação não se mede apenas pelos recursos naturais que possui, mas por sua capacidade de transformá-los por meio de políticas públicas que garantam benefícios econômicos e sociais.
Na cúpula do G20, realizada neste fim de semana na África do Sul, Lula já havia destacado que os minerais críticos são fundamentais para a transição energética e para o avanço tecnológico.