Home Política Moradores não foram avisados sobre construção de novo aterro na zona Norte de Manaus, afirma Amom

Moradores não foram avisados sobre construção de novo aterro na zona Norte de Manaus, afirma Amom

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Moradores não foram avisados sobre construção de novo aterro na zona Norte de Manaus, afirma Amom
(Foto: Larissa Martins)

Uma cerca de arame farpado foi o único aviso que moradores da rua Rio Umari, no bairro Lago Azul, zona Norte de Manaus, receberam antes de descobrirem que um novo aterro sanitário seria construído a menos de 100 metros das casas delas.

Desde julho, as famílias convivem com a incerteza sobre o futuro e denunciam a falta de diálogo da Prefeitura de Manaus, que iniciou as obras sem qualquer consulta pública. O espaço é apontado por eles como uma espécie de “puxadinho” do antigo lixão da cidade, que deve entrar em operação ainda em 2025.

As denúncias chegaram ao deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM), que acionou o Ministério Público Federal (MPF), o Ministério Público do Amazonas (MPAM) e o Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM) para apurar a situação.


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O parlamentar informou que levará o caso à Comissão de Meio Ambiente da Câmara dos Deputados, com pedido de visita técnica ao local.

“Não houve consulta à população, como exige a legislação ambiental. É preciso transparência e respeito às pessoas que vivem ali. A Prefeitura tenta esconder um problema que afeta diretamente a vida das pessoas. Essa obra começou sem qualquer diálogo com quem mora ali e sem cumprir o que determina a legislação ambiental. As famílias estão sendo tratadas como se não existissem. O mínimo que se espera é transparência, respeito e escuta. Não dá pra seguir empurrando os impactos ambientais e sociais para baixo do tapete”, concluiu.

Mandel também destacou, no documento, que a insistência em modelos de gestão de resíduos sem planejamento técnico é um problema recorrente no Brasil. Ele é relator do Projeto de Lei nº 1.323/2024, que propõe a prorrogação do prazo para encerramento dos lixões a céu aberto, e já se manifestou publicamente contra a medida. “Prorrogar prazos é premiar o descaso. Precisamos de soluções estruturadas, não de improviso”, afirmou.

Ainda de acordo com o documento, a área do novo aterro coincide com zonas sensíveis do ponto de vista ambiental, próximas a cursos d’água e a poços artesianos usados para consumo humano. Além disso, é mencionado o risco de contaminação do solo e das águas subterrâneas, já que, segundo relatos de moradores, o monitoramento de chorume e de qualidade da água não é realizado há pelo menos três anos.

Confira o documento abaixo:

Ofício 376_2025 – CD_GAB760 – MPF – Novo Aterro Manaus.docx