Sem nenhum representante do Amazonas, Estado que sofre com ações de traficantes de drogas, a Comissão Parlamentar de Inquérito do Crime Organizado será instalada, nesta terça-feira (4/11), no Senado Federal.
Os senadores Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB) ficaram fora das articulações que culminaram com a indicações de senadores de outros Estados. A presença de um representante do Amazonas era dada como certa devido as principais rotas de tráfico de drogas para o Brasil passarem pelos rios do Estado.
Eduardo Braga e Omar Aziz são líderes dos partidos deles, o MDB e o PSD respectivamente e, nessa condição, por razões distintas não poderiam integrar a CPI. Braga teve que destinar a vaga do MDB ao senador Alessandro Vieira (MDB-SE), que é o autor do pedido de investigação e deverá ser eleito amanhã relator da CPI.
Omar Aziz, que já havia estrelado a presidência de duas CPIs (Covid-19 e Brasken) perdeu a eleição para a presidência da CPI do INSS e dessa vez preferiu indicar Otto Alendar (PSD-BA) e Nelsinho Trad (PSD-MS) como titulares e Zenaide Maia (PSD-RN) como suplente.
Plínio Valério não respondeu à Onda Digital, mas o bloco partidário que o PSDB integra ainda não indicou seus representantes no colegiado.
Embora o presidente do Senado, David Alcolumbre (União Brasil -AP) tenha garantido a instalação para essa terça-feira (4), as articulações para a indicação de senadores para a investigação e, sobretudo, para os postos de presidente e relator não estavam fechadas até esta tarde.
Até o momento da publicação desta reportagem os senadores indicados são:
Titulares
Flávio Bolsonaro (PL-RJ);
Sergio Moro (União-PR);
Magno Malta (PL-ES);
Marcos do Val (Podemos-ES);
Jaques Wagner (PT-BA);
Rogério Carvalho (PT-SE);
Otto Alencar (PSD-BA);
Nelsinho Trad (PSD-MS);
Jorge Kajuru (PSB-GO);
Alessandro Vieira (MDB-SE).
Suplentes
Fabiano Contarato (PT-ES);
Zenaide Maia (PSD-RN)
Márcio Bittar (PL-AC);
Eduardo Girão (Novo-CE).
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Articulações na última hora
Conforme o último relatório da assessoria do senado, faltam ser indicados um senador titular e três suplentes, pois são necessários onze titulares e sete suplentes, conforme o regimento do Senado. PP e Republicanos estão ainda definindo seus indicados, mas para isso abriram negociações com a base aliada do Governo Lula para garantir a presidência da CPI ao senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)
Embora o proponente de uma CPI tenha a prerrogativa, por tradição, de atuar como relator, houve casos em que ele optou pela presidência ou mesmo vice-presidência do colegiado devido a correlação de forças no Senado. Foi assim com Randolfe Rodrigues (PT-AP), que propôs a CPI da Covid e ficou apenas como vice.